ESTROFES VARIADAS

SEXTILHAS(RECORDAÇÕES)

LEMBRANDO DA TERRA MINHA

MUITO EMOCIONADO EU FICO

RECORDO DE PICA PAU

FAZENDO FURO EM ANGICO

E UMA GALINHA PASSANDO

COM UMA MINHOCA NO BICO.

DAS LÁGRIMAS QUE ME BANHARAM

QUANDO MEU PAI ME BATIA

ME ENSINARAM MUITAS COISAS

QUE EU NA ÉPOCA NÃO SABIA

E ESTAS SURRAS ME FIZERAM

SER O QUE SOU HOJE EM DIA.

SEPTILHA(VELHICE)

FICA FRACO QUEM É FORTE

QUE A VELHICE NOS ALUGA

A CARGA DO TEMPO É GRANDE

E TODA A NOSSA FORÇA SUGA

LOGO VEM O PREJUÍZO

NA TROCA DE UM ROSTO LISO

POR OUTRO CHEIO DE RUGA.

VELHO É CHEIO DE NEUROSE

DE LUNDU E PALHAÇADA

TEM UNS QUE COSPEM NO CHÃO

DEPOIS DAQUELA TRAGADA

ACORDA DE MANHAZINHA

DORMIU A NOITE TODINHA

MÁS DIZ QUE NÃO DORMI NADA.

O HOMEM NA JUVENTUDE

BEBE,FARRA E TUDO INVENTA

ESBANJA VITALIDADE

NÃO RECLAMA E NÃO LAMENTA

VIVE SEM REGRA E RESPEITO

E SÓ VAI SENTIR O EFEITO

QUANDO ULTRAPASSA OS CINQUENTA.

HOMEM DEPOIS DOS CINQUENTA

LOGO O CABELO EMBRANQUECE

PRA CORRER NÃO TEM MAIS PERNAS

NADA MAIS SOBE,SÓ DESCE

SEM TER UMA VIDA TRANQUILA

COMEÇA A PENSAR NA FILA

LÁ DO I N S S.

CINQUENTÃO É LIMITADO

PORÉM É RICO EM VIVÊNCIA

TALVEZ PARA ELE FALTE

DISPOSIÇÃO, RESISTÊNCIA

MÁS QUE NINGUÉM SE ILUDE

O QUE LHE FALTA EM SAÚDE

LHE SOBRA NA EXPERIÊNCIA.

DECASSÍLABOS:

CERTO DIA O MEU VELHO PAI BOTOU

UMA BROCA NO SEU SIMPLES ROÇADO

AVISTOU UM MOLAMBO PENDURADO

QUE O TEMPO SEM PENA DESBOTOU

COM CERTEZA UM VAQUEIRO ALI PASSOU

PRA PEGAR UM BOI VELHO MANDINGUEIRO

QUE FUGIU DAS TERRAS DO FAZENDEIRO

E FOI PARAR NUMA OUTRA REGIÃO

CADA PONTA DE TOCO DO SERTÃO

TEM FIAPO DA ROUPA DO VAQUEIRO.

PODE OLHAR NAS PLANTAS QUE TEM NO MATO

XIQUE XIQUE,MOFUMBO E CATINGUEIRA

MORORÓ,BARAÚNA E AROEIRA

E NA JUREMA DO TIPO UNHA DE GATO

QUE O VAQUEIRO DEIXOU NELAS DE FATO

UM PEDAÇO DO SEU GIBÃO INTEIRO

PENDURADO NUM GALHO DE PEREIRO

COMO PROVA DE AMOR A PROFISSÃO

CADA PONTA DE TOCO DO SERTÃO

TEM FIAPO DA ROUPA DO VAQUEIRO.

GLOSAS:JÚNIOR ADELINO

MOTE:ONILDO BARBOSA

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EU SÓ SINTO O FRESCOR DE UM BOM POEMA

QUANDO ESCUTO O ABOIO NA CHAPADA

DE UM VAQUEIRO ENTOANDO UMA TOADA

NUMA TARDE QUE O SOL DA COR DA GEMA

VAI SUMINDO NOS GALHOS DA JUREMA

PRA CEDER SEU LUGAR A ESCURIDÃO

PASSA UM VENTO SOPRANDO PELO O CHÃO

AVISANDO QUE A NOITE SE INICIA

EU SÓ SINTO O SABOR DA POESIA

QUANDO CANTO AS COISAS DO SERTÃO.

GLOSA:JÚNIOR ADELINO

MOTE:CARLOS AIRES

JÚNIOR ADELINO
Enviado por JÚNIOR ADELINO em 05/01/2012
Código do texto: T3424031