A PARTEIRA LEÔNIA, A MÃE DE MONSENHOR TABOSA

A Parteira Leônia

“A Mãe de Monsenhor Tabosa”

Co-autores: Evaristo Geraldo

Edição: José Edson de Souza Almeida - JESA

Pesquisa: Dorismar Veras Rodrigues

O Dorismar me pediu

Com educada maneira,

Dizendo: “Conte em cordel

A saga de uma guerreira,

Essa mulher de quem falo

Foi a minha mãe parteira”.

Por isso nesse cordel

Eu faço uma homenagem,

Contando aqui a história

Duma grande personagem,

A parteira Leônia,

Mulher de fibra e coragem.

Dona “Leônia” nasceu

Em Novas Russas, cidade

Porém, mudou-se de lá

Com dois anos de idade,

E em Monsenhor Tabosa

Vive lá bem a vontade.

Nessa tão bela cidade

Ela fixou seu lar,

Foi onde essa guerreira

Cresceu e pode estudar

E hoje ela é respeitada

Por todos desse lugar.

Ao fazer vinte e dois anos

Leônia se casou,

Porém, esse casamento

Bem pouco tempo durou

E dessa curta união

Uma criança gerou.

Depois por mais duas vezes

Ela torna a se casar

E de forma prematura

Voltou a se separar,

E desses três casamentos

Três filhos pode gerar.

Então Leônia desiste

Dessa união formal,

Mas conheceu outros homens

Que se envolveu por total,

Pois ela sempre viveu

De maneira especial.

Mais sete filhos nasceram

Desses relacionamentos,

Leônia criou, ao todo,

Dez filhos, belos rebentos,

E todos eles estão

Sempre nos seus pensamentos.

No ano setenta e dois

Do século vinte, passado,

Dona Leônia começa

Um trabalho abnegado,

Pois tornou-se uma parteira

Com muito esmero e cuidado.

Antes dela começar

Essa honrosa função

Ela foi pra Fortaleza,

Onde, com máxima atenção,

Na maternidade escola

Fez curso de formação.

Quando terminou o curso

Ela foi estagiar

Um ano em Santa Quitéria

Para se aperfeiçoar,

Pois sempre teve a intenção

De ser parteira exemplar.

Dona Leônia provou

Ser uma mulher de ação,

Durante dezoito anos

Ela exerceu a função

De parteira e muita gente

Hoje lhe toma a benção.

Muitas dessas criancinhas

Que ela ajudou vir ao mundo

Hoje já são pais e mães,

Gente dum saber profundo

E todos se perpetuam

Por esse Brasil fecundo.

Várias dessas tais crianças

Descobriram seus valores,

E hoje ocupam cargos

Como mestres, professores,

Poetas e advogados,

Homens letrados, doutores.

Ela “pegou” oitocentos

E vinte e cinco rebentos.

Na profissão de parteira

Usou seus vários talentos,

E ao lembrar do passado

Recorda desses momentos.

Dona Leônia exerceu

Por anos várias funções

Além de mãe e parteira,

Fez lençóis, camisolões,

Trabalhando na emergência

Durante muitos plantões.

Os lençóis e camisolas

Que ela com amor fazia

Era para os pacientes

De toda a enfermaria,

Por isso toda a cidade

Tem por ela simpatia.

Leônia é prova viva

De mulher guerreira e forte,

Deus ao longo da sua vida

Deu-lhe coragem, suporte,

Porque quem confia em Deus

Não necessita de sorte.

Hoje a dona Leônia

Se sente realizada,

E a sua bela história

Deve ser sempre lembrada,

Porque ela é um exemplo

De mulher determinada.

Dona Leônia demonstra

Inda ter vitalidade,

Em uma frase ela diz:

“Para o amor não tem idade”,

Tudo que ela fala é com

Enorme propriedade.

A dona Leônia tem

O hábito de escrever,

Mesmo com idade avançada

Faz isso como lazer,

Pois, quando escreve ela sente

Muita emoção e prazer.

Essa mulher conquistou

Grande círculo de amizade.

O seu nome é conhecido

Em cada localidade,

Por isso alcançou respeito

De todos dessa cidade.

Aos seis do mês de dezembro

Fez ela oitenta e seis anos,

Sente-se bem satisfeita,

Pois cumpriu metas e planos,

Feliz por está vivendo

Sem pensar em desenganos.

Goza na atualidade

Sua aposentadoria.

Hoje, devido os seus feitos,

O povo lhe prestigia,

Enfim, Monsenhor Tabosa

Toda lhe reverencia.

Dona Leônia viveu

Sempre com dignidade,

Ela ajudou e serviu

A sua comunidade,

Por isso é que sua história

Fica pra posteridade.

Leônia representa

Toda mulher brasileira,

E pra mim foi uma honra

Falar sobre essa guerreira,

Pois, eu também vim ao mundo

Pelas mãos de uma parteira.

Findei mais este trabalho

De verso e de poesia,

Empenhei-me com esmero

Trabalhei com alegria,

O Poeta Taboense

Falou dessa nova Russence

Que hoje aniversaria.

FIM

Evaristo Geraldo
Enviado por Edson Almeida em 03/01/2012
Reeditado em 22/05/2012
Código do texto: T3419526