Juventude extraviada
Ah, Abilio meu poeta
Muita verdade há aqui
Muito que viste ja vi
Muito ainda hei de ver
Muito antes de morrer
Os jovens envelhecidos
Os idosos qual meninos
A inverter a razão
Andando sem direção
Valentes, desprotegidos
Com síndrome de avestruz
fazendo do chão um capuz
Para o mundo não ver
além do querer sempre ter
Cachaça, fumo, tabaco
Alegria, estelionato
Tudo serve e nada fica
Prole pobre ou gente rica
Nadar do mar da ilusão
Sem notar o turbilhão
do ralo que todos engole
Rapadura é doce não mole
Haja dentes, meu patrão
Poetas são esquisitos
Entre quimeras e mitos
enxergam muita verdade
Arautos da realidade
nem sempre compreendidos
muitas vezes esquecidos
marginais da sociedade
Mas não fossem os poetas
os patetas da escrita
Com sua verve bendita
Desde os bobos da côrte
Cantando a boa e má sorte
Mostrando a todos seu norte
A razão seria extinta