NÃO ENTREGO O MEU TESOURO

Eu já sou homem maduro

Sei o que você procura

Você não quer nada sério

És amante da loucura

Porem vivo bem casado

Fico longe do pecado

Perto de muita candura

O feitiço do engano

Corre solto na sua veia

Meu ouvido é blindado

Contra o canto da sereia

Não me rendo a sua manha

Se tu és mulher aranha

Arrebento a sua teia

Homem quando sossegado

Se mantém muito sereno

Seu calor é muito forte

Mas o clima é ameno

Não destrua a minha obra

Tu pareces uma cobra

Mas arranco o seu veneno

Não me venha com história

Dizendo que quer carinho

Se eu entrar na sua curva

Perderei o meu caminho

Esse tipo de pessoa

Não é coisa muito boa

Muda da água pro vinho

Eu ouvi de um vizinho

Um fato que aconteceu

Tu tentou ser Julieta

Endividando o seu Romeu

Sangue suga e carrapato

Você não cumpriu o trato

Só o cabra que morreu

Mulher fria e calculista

Perigosa tal peçonha

Tu és feita de ilusão

Como a folha da maconha

Esta índole machuca

Feito um golpe na nuca

Com o cabo da coronha

Seu vestido sempre curto

Usa e abusa do decote

O rostinho de uma gata

Com os dentes do coiote

É preciso um pernoite

Sofrerás com seu açoite

Sem o uso de chicote

Nunca fui floricultor

Mas foi belo o meu jardim

Hoje em dia uma rosa

Desabrocha só pra mim

Tu sabendo desta fama

Quer deitar na minha cama

E mudar todo o meu fim

Essas suas artimanhas

Eu já sei do que se trata

Tu envolve o camarada

E depois dele maltrata

Peste ruim feito malária

Conhecida mercenária

Ultrajada de pirata

Eu preservo a minha pele

Minha vida e o meu couro

Posso ser um homem simples

Não nasci para ser touro

Sou humilde e não nego

Mas pra ti eu não entrego

O meu peito, meu tesouro

Vai embora sua golpista

E procure outra esquina

Largue esta vida alheia

Mude logo a sua sina

Minha esposa é zeladora

Guardiã e protetora

Do mapa da minha mina

P S ASSIS

Pietro Assis
Enviado por Pietro Assis em 11/12/2011
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