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VIVA A MULHER BRASILEIRA!
Odir Milanez
Flor feito flor sem espinho,
aplicativo das cores,
a mulher, mater d’amores,
fonte fértil do carinho,
suave qual passarinho,
de meus versos passageira,
é a melhor companheira
nos feitos de nosso fado.
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Ela tem um quê de rosa
na maciez, no perfume,
nos olhos a luz, o lume
da estrela mais ditosa.
Seja no verso ou na prosa,
não há vate que não queira
cantar a flor feiticeira
em cada verso versado.
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Quando ela passa apressada
em meio à rua, onde moro,
meu olhar nela demoro,
seguindo-lhe a caminhada.
Passa por mim, e mais nada.
Vale a manhosa maneira
como baila a bunda inteira
num gostoso rebolado!
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Basta somente ir à rua
para um passeio qualquer:
“Que beleza de mulher!”
alguém diz, e continua:
“Quero você toda nua,
numa cama, numa esteira...”
Como ela escuta besteira
na rua, por todo lado!
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Quando entende ir ao cinema
e, cheirosa, chega à fila,
ela não anda: desfila,
faz a pose mais extrema!
E logo surge um problema:
a mão que corre ligeira
sobre a calça, na traseira,
do corpo ao seu encostado!
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Se vai às compras, bem cedo,
na boca apenas batom,
vai deixando um cheiro bom,
cheiro cheirando a segredo!
Como se fosse um brinquedo,
é boneca verdadeira
na beleza e na maneira
como passa o passeado!
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Até o padre, na igreja,
quando ela passa pressente:
corre à porta e põe na mente
o corpo que a mão deseja.
No lugar onde ela esteja,
seja na missa ou na feira
toda vez, da vez primeira,
o seu corpo é desejado!
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
Por mim, bem mais haveria
desse pecado no mundo!
Passando a cada segundo
junto a mim, que bom seria!
O paraíso estaria
bem mais perto, a vida inteira,
com concessão de cadeira
para assisti-las sentado!
A pureza do pecado.
Viva a mulher brasileira!
JPessoa/PB
05.12.2011
oklima
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Sou somente um escriba que escuta a voz do vento e o versa versos d'amor... |