OS TEMPOS MUDARAM

OS TEMPOS MUDARAM

É triste, mas é verdade

a história que eu vou contar.

Também, pra quê inventar?

Não vejo necessidade.

Nos tempos da mocidade

tudo, tudo é diferente,

a gente é mais eloquente,

viaja mais pelo mundo;

quer viver em um segundo

tudo o que tem pela frente.

Mas já vi coisas na vida

que a gente nem acredita.

Vi mulher fazendo fita,

homem implorar na avenida

por atenção, por guarida,

por um pouquinho de amor.

Hoje não há mais calor,

tem muita gente na esquina,

troca-se fácil a menina,

é, o amor, enganador.

Mas, no passado, era feio,

era difícil encostar.

Não havia celular,

só cartas pelo correio.

Sempre tinha um irmão no meio,

mamãe, vovó ou titia.

Tudo o que a gente queria

era paz e liberdade,

mas só achava a saudade,

pra tema da poesia.

Com a ciência atrasada,

não havia a camisinha,

e quando a sorte não vinha

socorrer a garotada,

era uma vida encrencada

que se tinha pela frente,

uma barriga crescente,

cacetada ou casamento .

Um difícil entendimento

com sogro sempre exigente.

Hoje tudo é avançado,

há liberdade total,

DNA, coisa e tal...

Dá pra enrolar um bocado,

deixar a briga de lado

até tudo clarear.

Dá tempo até pra casar

com calma, tranqüilidade,

em paz, sem inimizade,

sem encrenca, sem rancor,

dizendo: foi por amor,

são coisas da mocidade.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 22/10/2011
Código do texto: T3292569
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