O Cordel... Em oitavão... Pegando a deixa * Final * Autor * Damião Metamorfose.
Cordel não é só rimar
Com estrofes sem sentido.
A oração tem que brilhar
E o conjunto ser munido.
De intriga, humor e paixão...
Pois além da oração,
Tem a metrificação.
E o oitavão rebatido!
*
Os Cordéis para mim são
Como um mundo colorido.
Um parque de diversão,
Onde tudo é divertido.
E o poeta brinca e dança,
Com as letras igual criança,
Bem mais feliz quando alcança
Um oitavão rebatido!
*
Eu não perco a esperança
De ver o ensino imbuído.
Escola e encordelança,
Para o aluno instruído.
Descobrindo se é poeta
E assim atingir a meta
Na rima rica e completa
De um oitavão rebatido!
*
Cordel sem rima incompleta,
Cordel com verso instruído.
Cordel do bom ninguém veta,
Cordel doado ou vendido.
Cordel minha estrela guia,
Cordel antiga magia,
Cordel perfeita poesia,
Em oitavão rebatido!
*
Coco verde e melancia,
Talvez o Cordel mais lido.
Muito difícil hoje em dia
Ter pra ler, pois tá sumido.
Se a história é tao falada,
Com certeza é procurada.
Por isso ela é divulgada
Nesse oitavão rebatido!
*
Cordel é a língua falada
Pelo povo mais sofrido.
Que vai do cabo da enxada
Ao vaqueiro destemido.
Meu comentário se estende...
Um burguês jamais entende.
Pena que o Cordel não vende,
Por oitavão rebatido!
*
Tem Cordel sobre duende,
Ladrão, honesto e bandido.
Político que se arrepende
De mentira, arrependido.
Cordel é um grande invento,
Que merece no momento,
Divulgação e evento
E um oitavão rebatido!
*
Eu tenho em meu aposento
Cordel, para ser vendido.
Uns cem títulos no momento,
É pouco, mas é sortido.
Tenho de poeta famoso,
Anônimos e talentoso
E como eu, corajoso,
No oitavão rebatido!
*
Cordel é tao gracioso,
Que até fiquei esquecido.
Que quando ele é grandioso
Cansa o leitor e o ouvido.
Desculpa ao leitor eu peço,
Pois esqueci eu confesso,
Foi culpa minha o excesso
Desse oitavão rebatido!
*
Fim.