Oração do homem trabalhador
Meu pai do céu onipotente
Livrai esta alma masculina
Da má sorte fatal ou triste sina
De amar uma alma diferente
Que tal alma seja consciente
Que o homem é passivo de amor
Que ao revés do destino sente a dor
E precisa respeito ao seu esforço
Pois mulher que nos leva ao fim do poço
Só merece um destino de horror
Me livrai ó senhor da má querência
Do interesse fortuito por dinheiro
Do amor que não é o verdadeiro
De mulher que não tem a consciência
Que trabalho, esforço e paciência
É a marca fiel d’um lutador
Que por isso merece um amor
De alguém que constrói tudo com ele
Que suporta o suor que exala dele
E que lhe enxerga a beleza interior
Me livrai de topar uma salafrária
Peçonhenta igual uma sanguessuga
Mais incômoda que um calo de verruga
Ou o surto sem fim de uma malária
Uma mulher que só quer conta bancária
Que se entrega sem pena ao consumismo
Que adora os prazeres do sadismo
Ou nos faça sofrer por ilusão
Que apunhala com fria traição
Que me leve pra beira do abismo