AS REINVENÇÕES DA RODA
Quem pensar que sabe tudo
Já deixou de aprender
Sou um eterno aprendiz
Na escola do viver
Desde o fruto até a raiz
Garimpando sempre luz, vou buscando o conhecer.
Vamos voltar no tempo
Aos mais remotos instantes
Antes da roda e do fogo
Comendo seres gigantes
Vestindo pele de lobo
Aprendendo a ser gente, ainda estando distante.
Nas aldeias mais antigas
Já existia o sabichão
Era sempre o mais antigo
O mais velho, o ancião
Que tinha respostas pra tudo
E até pra os absurdos, ele tinha explicação.
Somos até hoje assim
Quando vemos novidade
Resistimos e odiamos
Diante da vil verdade
Mas aos poucos descobrimos
Que descobrir é preciso pra toda humanidade.
Se pensando em evoluir
Alguém quisesse inovar
Teriam que se reunir
E a ele consultar
Que geralmente negava:
“Se até hoje foi assim, pra que querer complicar”.
É por isso que ás vezes
O desenvolvimento esbarra
No medo que o novo inspira
Pois desconfiam ser fanfarra
Não dão credito a “engenhoca”
E a sociedade perde, ou por medo ou por marra.
Mas existem os visionários
Que acreditam nas loucuras
E reinventando a roda
Convencem as criaturas
Que pra tudo tem um jeito
Tem pra todo ruim um bom e pra todo mal a cura.
E assim vamos levando
Vivendo e evoluindo
Pesquisando e debatendo
Estudando e descobrindo
Vamos alongando a vida
Protegendo a natureza e dela usufruindo.
Quem pensa que sabe tudo
Tem muito que aprender
Tem que ter mais humildade
Tem que saber perceber
Que a humanidade engatinha
Que o universo é o inverso do nosso compreender.
No letramento literário
É preciso insistir
Reinventando-o qual a roda
Fazendo o leitor surgir
Em cada aula, em cada escola
Levando a literatura ao glorioso porvir.
A leitura e o mundo
A escrita e o revelar
Escolarizando a cultura
Se encantando a encantar
Conduzindo o leitor aluno
Ao maior prazer do mundo, ao gozo do sonhar.
Somos os mediadores
Dessa rica aprendizagem
De saberes e descobertas
Nas proveitosas viagens
Pelas quais somos levados
Por esse belo caminho, por essa incrível linguagem.