Cuma nóis se tornemo cumpade e cumade?Interagino cum a cumade Hull e a cumade Milla

Airam Ribeiro

Ah isso já lá se vão

E já se passô muitios tempo

Foi numa festinha de São Juão

Na fuguêra ao relento

Qui nóis dois bem abraçado

Tivemo aquele coidiado

De fazê os juramento.

De nunca nóis nos supará

Tonce pulemo os tição

O ventin danava a soprá

As braza alí no xão

Ocê istava bem bunita

Caquele vistido de xita

Naquela noite de São Juão.

Tonce cumade e cumpade

Marcava o nosso distino

Eramos piqueno nas idade

Cum o nosso amô de minino

Intão o tempo logo passô

Levano aquele nosso amô

Qui nos deu O Deus Divino.

Seus pai mudáro de cidade

Ne Mato Grosso foi morá

Levô a boa filicidade

Dexano tristeza pur cá

Foi se embora a cumade

Deixano pra tráis o cumpade

Aqui nesta zona rurá.

Viveno aqui nas labutança

De prantá e de coiê

Nunca min saiu das lembrança

As hora qui tive cum ocê

Aqui bem perto de mim

Hoje eu vivo tão sozin

Cuma é triste o meu vivê.

Onde ta a minha cumade

Eu vivo sempre a preguntá

Foi simbóra pra grande cidade

Min dexano só a lembrá

Será se ela alembra deu

Ou aquele amô já morreu

Botano outro no lugá?

Cumade Hull

US CUMPADI DE FUGUÊRA

Cuma é bão si alembrá

Das lembrança du paçadu,

Di tudu si arrecordá

Cum um sorrizu di agradu.

Cê era um mininu lindu

Ieu ficava ti curtindu

Zoianu procê di ladu.

Foi na noiti da fuguêra

Qui nóis trocô juramentu

Di ficá pra vida intêra

Juntu inté im pensamentu.

U fugoréu no brasêru

Alumiava u terrêru

I quentava us pensamentu.

U sanfonêru tocava

Um animadu baião

I us casal si animava

Dançanu naqueli chão.

Ocê, mininu bunitu

Mi chamô quase num gritu

Pra pulá u braserão.

Ocê mi dissi sorrinu

Hoji vô sê seu cumpadi

Quem saberá u distinu,

Num é mermu m’ia cumadi?

Mais u distinu num quis

Qui nois dois fossi filiz,

Só restô nossa amizadi.

Pra Mato Grosso ieu vortei

Cumu Deus determinô

I logo qui aqui cheguei

Tudu si mudificô.

Fui para u colégiu internu

Ondi passei muitu invernu

U tempu quase parô.

Quanu cantava a Siriema

Eu me alembrava docê

Mas sabia qui a Iracema

Era doidinha cocê

Tantu é coceis casarum

I muitus fius ganharum

Cum animadu trelêlê.

Adispois di tantus anu

Muitia coisa acunticeu

Nois dois si reincontramu

E a amizade reviveu.

Ocê é u meu cumpadi

Ieu sô sua cumadi

Da fuguêra qui ardeu.

Airam Ribeiro

Só min cazei ca Iracema

Pra min isquecê de ocê

Quando canta a sariema

É que lembro mais de vancê

Iracem na na sua idade

Nun feiz eu isquecê a cumade

Qui na fuguêra fui cuiecê.

Muitios fiu ela min deu

Pra ancê digo a verdade

Mais é qui sua ida min dueu

Cunfesso né farcidade

Mermo cum esse proibido amô

Carrego ele adonde fô

As lembrança da cumade.

A gente sai pelo mundo

Pra cumprí o seu distino

E sorto um suspiro profundo

Em pensá no dizatino

Sei qui as idade min pegô

Mais de min nunca largô

As lembrança de minino.

Um dia eu já tive a glória

Isso nunca vô min esquecê

Cada um faiz sua história

A minha fiz cum ancê

Nu’a outra vida quem sabe

Cunsiga eu a filicidade

Pra menizá o meu sofrê.

Quem querdita num Criadô

Qui feiz todo esse univerço

Qui dexo na terra o amô

Pra gente compô nos verso

E quem creia muitio Nele

Sabe bem qui a bondade Dele

Nun é de nos dar o reverso.

QUEM SABE, UM DIA,US AMIGO SE INCONTRA!

(Milla Pereira)

Ocêis dois si incontraru

Lá se vão uns par de ano

O dia já era craro

E o sór se dispontano.

Isso foi obra de Deus

Reiuni us verso seus

Pra gente í si alegrano.

Eu mi alembro bem cuãnu

Eu tomem fui cunvidada

Vai pra mai de quatru ano

Qui reuinimo a moçada.

Ieu ingressei nu sestêto

Botamo u branco nu preto

Pra fazê as cordelada.

Nóis era os seis irmão

Qui cordelava contente.

Mano Pedrim ? bunitão

Sempre zombano da gente.

Tinha o Puetadadô

O consagrado dotô

Foi o primero osenti.

Mirah- gatinha manhosa

E cumpádi Airam Ribero.

Na brincadera gostosa

Surria o tempo intero.

Mana Hull ? a matriarca

Cumandava a fuzarca

Desse grupo arviçarero.

Muntos amigo dispois

Ponharo a sinatura.

Teve um tempo que era dois

Hull e eu ? nessa ventura.

Quem sabe um dia os amigo

No buteco do Rudrigo

Se incontra cum bravura!

Cumpádi, ocê mi adiscurpe eu metê a minha cuié nesse incontro tão bunito, mai eu num arresisti. Bejos pros dois irmão. Milla

Tem pobrema não cumade a sióra é de casa,

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 08/10/2011
Reeditado em 14/10/2011
Código do texto: T3264683
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