GARANHÃO SERTANEJO
Tinha fama de cê baõ
Topava carqué parada
Era memo um garanhão
Tinha muita namorada
Mais na hora de casá
Iscurregava quinem sabão
Namorô Ca Durvalina
Arrumaro pu casório
Imprenhô a minina
Fugiu La do cartoro
Foi se deita Ca sogra
Iscundido na surdida
A dispois do sucidido
Ca maió cara de pau
Se fingiu de ripindido
Inrrrolô sua cunhada
Levô ela pum girau
Dexô ela imbarrigada
Fugiu pra muito longe
Pra mode se iscondê
Passô nove mêis
Nacero trêis bebê
O sogro viu treis
Só quiria era morrê
Cara dum fucim dôto
O jeito era iscondê
A sogra quase maluca
Medo do home sabê
Rumaro uma arapuca
Mode o véi num precebê
A véia incheu de medo
Seu fio o mais paricido
Cada mão tinha seis dedos
O nariz mei impinado
O zoio mei riturcido
Era a cara do safado
In trêis rede de bambu
Iscondero os trêis muleque
Mode inganá o jacu
Na cabana de sapé
Cortano linha po (...)
Suas fia e a muié
Foi no mêis de setembro
O disfexo e choradera
Inté hoje inda me lembro
Demonstrino pendurado
No gaio duma painera
Pu mode qui foi chifrado
Quando interraro o véio
O safado retornô
Ca discurpa de vê
As crias quele dexô
Dinovo se deitô cas trêis
E as treis ele imprenhô
E anssim foi se assucedeno
Incada ano mais treis fio
E o tempo foi correno
Tinha Chico Mané e pio
Toe bastião Juca e filomeno
E o safado só cumeno!