GARANHÃO SERTANEJO

Tinha fama de cê baõ

Topava carqué parada

Era memo um garanhão

Tinha muita namorada

Mais na hora de casá

Iscurregava quinem sabão

Namorô Ca Durvalina

Arrumaro pu casório

Imprenhô a minina

Fugiu La do cartoro

Foi se deita Ca sogra

Iscundido na surdida

A dispois do sucidido

Ca maió cara de pau

Se fingiu de ripindido

Inrrrolô sua cunhada

Levô ela pum girau

Dexô ela imbarrigada

Fugiu pra muito longe

Pra mode se iscondê

Passô nove mêis

Nacero trêis bebê

O sogro viu treis

Só quiria era morrê

Cara dum fucim dôto

O jeito era iscondê

A sogra quase maluca

Medo do home sabê

Rumaro uma arapuca

Mode o véi num precebê

A véia incheu de medo

Seu fio o mais paricido

Cada mão tinha seis dedos

O nariz mei impinado

O zoio mei riturcido

Era a cara do safado

In trêis rede de bambu

Iscondero os trêis muleque

Mode inganá o jacu

Na cabana de sapé

Cortano linha po (...)

Suas fia e a muié

Foi no mêis de setembro

O disfexo e choradera

Inté hoje inda me lembro

Demonstrino pendurado

No gaio duma painera

Pu mode qui foi chifrado

Quando interraro o véio

O safado retornô

Ca discurpa de vê

As crias quele dexô

Dinovo se deitô cas trêis

E as treis ele imprenhô

E anssim foi se assucedeno

Incada ano mais treis fio

E o tempo foi correno

Tinha Chico Mané e pio

Toe bastião Juca e filomeno

E o safado só cumeno!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 06/10/2011
Código do texto: T3260561
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