SEM ESPERNÇA
SEM ESPERANÇA
sou um caipira valente
que nos dias inspirados
canto o que me dita o fado
que até pareço contente.
sonhos de felicidade
se abraçam com a saudade
num coração tão carente.
bem-vindo seria o sonho
que cuidasse da igualdade
de jovens e homens de idade
neste caminhar tristonho.
mas qual, velho é mesmo velho
(basta que se olhe no espelho)
parece um raro quelônio.
sentir quisera alegria
neste coração azedo,
sei bem, não é por medo,
ou porque falta energia,
que meu coração se oprime,
toma parte neste time
severa melancolia.
melancolia aparece
quando crio meus versinhos;
quando me faltam carinhos.
pois ser só não me apetece,
causa azedume na vida,
é tanta coisa perdida,
que dentro da alma envelhece.
zomba da minha velhice
e lá dentro faz quermesse;
lanho há que não aparece,
como se ferida abrisse.
dor traz mais melancolia
que infla minha poesia,
desdigo o que outrora eu disse.
que bem faz troca de ideias!
um cafezinho, que mimo!
que levanta o astral ao cimo.
ter quem goste da arte e leia;
quando não tem companhia,
nem mor nem sincronia,
é uma ciranda de peias.
é esse o sentido da vida
que levo sofrendo horrores.
ninguém para ofertar flores
ninguém que eu chame querida.
a casa é o habitat do triste,
que vive, impera e resiste
mais e mais fere a ferida.
Afonso Martini 031011
Querida poetisa Elllim, quase conseguiste o teu intento.
Estarei de braços abertos para te receber... venha .. e
riremos juntos. Obrigado pela brilhante e belíssima interação.
Esse teu honroso gesto me aliviou um pouco a alma.
»03/10/2011 22:39 - Ellinn
Que todos cantem o fado
Do tempo que teima em ir
deixar-te assim não quero
Preciso me ir aí
assustar tua agrura
Ofertar-te flor em botão
Mostrar a ti que a vida é bela,
e como se aquece um coração.
Parabéns !!! bjo
Para o texto: SEM ESPERNÇA (T3255771)
Afonso Martini
Obrigado, Miguel Jacó por honrar-me com a tua bela interação.
Vindo de quem vem, sonto-me verdadeiramente horado.
03/10/2011 22:52 - Miguel Jacó
A tristeza é inerência,
Da vida em parcimônia,
Até a grande vergonha,
Nos chega sem da aviso,
Então babamos a fronha,
Sem fazer nem um sentido,
É a velhice enfadonha.
Boa noite Afonso, seus versos ficaram perfeitos narrando esta nossa caminhada rumo ao suspiro final, quase sempre sofrida. Pela degradação física, e as vezes mental. Parabéns pelos seus Renomados cordéis, MJ,
Para o texto: SEM ESPERNÇA (T3255771)
Afonso Martini