O CRAVO E A ROSA

Aquela estória

já velha e recontada

duma briga num jardim

rosa despedaçada

cravo todo ferido

triste, desiludido

talvez seja piada

Tal fato não ocorreu

próprio cravo me contou

de certo o ocorrido

foi que ele namorou

uma flor carinhosa

beldade amorosa

até com ela casou

É que trocaram as rimas

quando da narrativa

mataram essa rosa

estando ela viva

também o cravo feriram

nesse caso mentiram

criando falsa diva

Vejam a versão correta

que os dois me contaram

num dia desses qualquer

eles me relataram

o que de fato ocorreu

esse relato não é meu

pois ambos me passaram

Certa manhã no jardim

o cravo avistou a rosa

percebeu no seu olhar

que era carinhosa

aproximou-se dela

perfume de canela

cantada poderosa

De pronto beijou a rosa

que, perplexa, calada

tão logo retribuiu

debaixo da sacada

ambos se abraçaram

ali mesmo amaram

manhã ensolarada

O cravo ficou metido

a rosa apaixonada

aquele todo feliz

e esta deliciada

pediu em casamento

do pai consentimento

e vê-la despetalada

O cravo quis matrimônio

um padre mandou chamar

o sogro extasiado

depressa foi avisar

depois do casamento

fizeram juramento

que nunca irão brigar

Beija-flores, pássaros,

gaviões, borboletas

azáleas, rosinhas

o jardineiro perneta

todos compareceram

e muitos permaneceram

fazendo piruetas

Enlace estrondoso

no jardim ninguém já viu

festa pra todo lado

até a tristeza sorriu

depois veio a lua de mel

os noivos viveram o céu

quando o por do sol surgiu

Taí o verdadeiro fato

Cravo e Rosa unindo

não houve altercação

nem ternura sumindo

já lhes nasceram filhos

a vida anda nos trilhos

eis tudo, resumindo

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 30/09/2011
Código do texto: T3250083
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