A filosofia em cordel (Dos monistas a Aristóteles)
No período pré-Socrático,
Quando em pedra se escrevia,
Embora de modo arcaico,
Pois papel não existia,
Nasceu a filosofia
Do pensamento monista.
Primitivo cientista,
Um tal Tales de Mileto,
Balançou o esqueleto
Do mito politeísta.
Precursor e avalista
Da ciência natural,
Sob seu ponto de vista,
A água é fundamental.
O elemento vital
De toda a mãe natureza.
Viveu na sua proeza
Até a morte chegar;
Se ele sabia nadar,
Disso não tenho certeza!
Outro ser de mente acesa,
Um tal Pitágoras era,
Homem de boa cabeça
Muito adiante, muitas eras,
Fez a" Música das esferas",
Formulando um teorema.
Matemático da gema,
Cria em reencarnação,
Já que a matéria é fração,
E ainda assim, bem pequena.
Heráclites, Parmênides,
Anaximandro, Zenão,
O ar de Anaxímenes,
Com a alma no pulmão,
Fez do espirro de então
Surgir o "Deus te abençoe!",
Pra que a alma não voe
Deixando o corpo na mão.
Se fiz qualquer confusão
Que o leitor me perdoe.
E por favor não caçoe
Do verso de pé quebrado,
Escrevo aquilo que soe,
Para um homem letrado,
Um cordel estruturado
Dentro da literatura,
Porque, a esta altura,
Eu já cheguei na idade
De informar a verdade
Para a geração futura.
Seguindo pois, as leituras,
Vou falar dos pluralistas
Essas nobres criaturas
Que precederam os sofistas:
Empédocles, dos analistas,
Fez dos quatro elementos
(fogo, água, terra e ventos)
As raízes da matéria
Como o sangue na artéria.
Da vida, os alimentos.
Uma dupla conhecida
Como "o dueto atômico",
Fez da matéria partida
Um fragmento eletrônico.
Um do outro antagônico,
Demócrito, o risonho,
Leucipo, sério e tristonho,
Com igual sabedoria
Aventaram, em teoria,
O invisível tamanho.
Deixaram seu patrimônio
Para a ciência hodierna,
Pois o átomo de antanho,
Uma grande descoberta,
Deixou uma porta aberta
Para outros cientistas,
E outros pontos de vistas
Pro progresso da ciência,
Aclarando a consciência
Pra descobrir novas pistas.
A seguir vêm os sofistas,
Camelôs de pensamento,
As versões capitalistas
De dúbio comportamento.
Chegados num fingimento,
Mercadores de ilusão
Tinham sempre a solução,
E a resposta convincente
Pra todo tipo de gente,
Que lhe pagasse a sessão.
Protágoras foi o primeiro,
Depois Górgias, o niilista,
Pródico, tal qual banqueiro,
Cobrava consulta à vista.
Qualquer deles era artista
E mestre no Retorismo.
Donos de muito cinismo,
E enorme sabedoria,
Criaram a filosofia
Do insofismável Sofismo.
Terminado o pluralismo,
Com sua ética arbitrária,
O imoral relativismo
E sua lógica temerária
Foi parar na funerária.
Desta feita vem às cenas
Na cidade de Atenas,
O filho duma parteira,
Uma "mosca-da-madeira"
com duas asas pequenas.
Sua vida, um dilema!
"Um cavalheiro do ócio"!
Nunca pôs a mão na pena
Pois não era o seu negócio.
Também nunca teve sócio;
Vagava pela cidade
Ensinando a mocidade
A sua filosofia.
Fosse de noite ou de dia
Vivia atrás da verdade.
Não tinha muita vaidade!
Sócrates, um andarilho,
Nunca perdeu o brilho
Tampouco a dignidade.
Homem de grande humildade,
Não arrotava grandeza
Não perseguia a riqueza,
Apenas sabedoria;
A si mesmo conhecia,
Mas nunca dava certeza.
Julgado pela nobreza
Por crime de impiedade,
Fez sua autodefesa
Com enorme hombridade;
Sem faltar com a verdade,
Sem trair seu ideal,
Teve a pena capital
Sentenciado de morte.
Mas não maldisse da sorte
Na sua viagem astral.
Legou o seu cabedal
Pra futura geração
Até no mundo atual
Na corcunda de Platão,
Que manteve a tradição
Da sua filosofia,
Fundando a academia
Baseado em "A caverna",
Uma visão mais moderna
Do que mestre fazia.
As formas, Platão dizia,
São ideia estruturada.
Todo o resto é poesia,
Não contribui para nada.
Até parece piada,
Mas pela sua visão,
A arte era a prisão
Do mundo material;
Corrompia o ideal
Cegando a percepção.
Na “República de Platão”,
Sua obra magistral,
Pelo sim e pelo não,
Etecetera e coisa e tal,
Uma classe social
Daria sustentação,
e todo o poder na mão
para o Filósofo-rei,
o qual, em nome da lei,
governaria a nação.
Tamanha contradição
Rezava sua utopia,
Que pobre e pobretão,
Nem estudar poderia.
Por sua filosofia,
Na sociedade perfeita
A casta que era eleita,
Era a Aristocracia.
Falar em democracia,
Parecia até desfeita.
Depois que Platão se deita
No berço da eternidade,
Aristóteles dá receita
Da potencialidade:
Evolução de verdade
Em busca da perfeição...
O universo em progressão...
A externa cosmogonia....
Patética filosofia,
Seu desafio a Platão.
Na sua concepção,
A verdadeira amizade
Enobrece o cidadão
E traz a felicidade;
Era uma obscenidade
A prática vil da usura;
Julgava que a criatura
Era animal social.
Mas do começo ao final
Foi um grande linha dura!
O cordel, que aqui figura,
Me veio à verve, um dia,
Inspirado na leitura
De uma bibliografia
Que fiz da filosofia,
De um livro muito bom.
E para manter o tom,
Ser fiel ao conteúdo,
Fica menção ao estudo
Do seu autor: Mannion.
No período pré-Socrático,
Quando em pedra se escrevia,
Embora de modo arcaico,
Pois papel não existia,
Nasceu a filosofia
Do pensamento monista.
Primitivo cientista,
Um tal Tales de Mileto,
Balançou o esqueleto
Do mito politeísta.
Precursor e avalista
Da ciência natural,
Sob seu ponto de vista,
A água é fundamental.
O elemento vital
De toda a mãe natureza.
Viveu na sua proeza
Até a morte chegar;
Se ele sabia nadar,
Disso não tenho certeza!
Outro ser de mente acesa,
Um tal Pitágoras era,
Homem de boa cabeça
Muito adiante, muitas eras,
Fez a" Música das esferas",
Formulando um teorema.
Matemático da gema,
Cria em reencarnação,
Já que a matéria é fração,
E ainda assim, bem pequena.
Heráclites, Parmênides,
Anaximandro, Zenão,
O ar de Anaxímenes,
Com a alma no pulmão,
Fez do espirro de então
Surgir o "Deus te abençoe!",
Pra que a alma não voe
Deixando o corpo na mão.
Se fiz qualquer confusão
Que o leitor me perdoe.
E por favor não caçoe
Do verso de pé quebrado,
Escrevo aquilo que soe,
Para um homem letrado,
Um cordel estruturado
Dentro da literatura,
Porque, a esta altura,
Eu já cheguei na idade
De informar a verdade
Para a geração futura.
Seguindo pois, as leituras,
Vou falar dos pluralistas
Essas nobres criaturas
Que precederam os sofistas:
Empédocles, dos analistas,
Fez dos quatro elementos
(fogo, água, terra e ventos)
As raízes da matéria
Como o sangue na artéria.
Da vida, os alimentos.
Uma dupla conhecida
Como "o dueto atômico",
Fez da matéria partida
Um fragmento eletrônico.
Um do outro antagônico,
Demócrito, o risonho,
Leucipo, sério e tristonho,
Com igual sabedoria
Aventaram, em teoria,
O invisível tamanho.
Deixaram seu patrimônio
Para a ciência hodierna,
Pois o átomo de antanho,
Uma grande descoberta,
Deixou uma porta aberta
Para outros cientistas,
E outros pontos de vistas
Pro progresso da ciência,
Aclarando a consciência
Pra descobrir novas pistas.
A seguir vêm os sofistas,
Camelôs de pensamento,
As versões capitalistas
De dúbio comportamento.
Chegados num fingimento,
Mercadores de ilusão
Tinham sempre a solução,
E a resposta convincente
Pra todo tipo de gente,
Que lhe pagasse a sessão.
Protágoras foi o primeiro,
Depois Górgias, o niilista,
Pródico, tal qual banqueiro,
Cobrava consulta à vista.
Qualquer deles era artista
E mestre no Retorismo.
Donos de muito cinismo,
E enorme sabedoria,
Criaram a filosofia
Do insofismável Sofismo.
Terminado o pluralismo,
Com sua ética arbitrária,
O imoral relativismo
E sua lógica temerária
Foi parar na funerária.
Desta feita vem às cenas
Na cidade de Atenas,
O filho duma parteira,
Uma "mosca-da-madeira"
com duas asas pequenas.
Sua vida, um dilema!
"Um cavalheiro do ócio"!
Nunca pôs a mão na pena
Pois não era o seu negócio.
Também nunca teve sócio;
Vagava pela cidade
Ensinando a mocidade
A sua filosofia.
Fosse de noite ou de dia
Vivia atrás da verdade.
Não tinha muita vaidade!
Sócrates, um andarilho,
Nunca perdeu o brilho
Tampouco a dignidade.
Homem de grande humildade,
Não arrotava grandeza
Não perseguia a riqueza,
Apenas sabedoria;
A si mesmo conhecia,
Mas nunca dava certeza.
Julgado pela nobreza
Por crime de impiedade,
Fez sua autodefesa
Com enorme hombridade;
Sem faltar com a verdade,
Sem trair seu ideal,
Teve a pena capital
Sentenciado de morte.
Mas não maldisse da sorte
Na sua viagem astral.
Legou o seu cabedal
Pra futura geração
Até no mundo atual
Na corcunda de Platão,
Que manteve a tradição
Da sua filosofia,
Fundando a academia
Baseado em "A caverna",
Uma visão mais moderna
Do que mestre fazia.
As formas, Platão dizia,
São ideia estruturada.
Todo o resto é poesia,
Não contribui para nada.
Até parece piada,
Mas pela sua visão,
A arte era a prisão
Do mundo material;
Corrompia o ideal
Cegando a percepção.
Na “República de Platão”,
Sua obra magistral,
Pelo sim e pelo não,
Etecetera e coisa e tal,
Uma classe social
Daria sustentação,
e todo o poder na mão
para o Filósofo-rei,
o qual, em nome da lei,
governaria a nação.
Tamanha contradição
Rezava sua utopia,
Que pobre e pobretão,
Nem estudar poderia.
Por sua filosofia,
Na sociedade perfeita
A casta que era eleita,
Era a Aristocracia.
Falar em democracia,
Parecia até desfeita.
Depois que Platão se deita
No berço da eternidade,
Aristóteles dá receita
Da potencialidade:
Evolução de verdade
Em busca da perfeição...
O universo em progressão...
A externa cosmogonia....
Patética filosofia,
Seu desafio a Platão.
Na sua concepção,
A verdadeira amizade
Enobrece o cidadão
E traz a felicidade;
Era uma obscenidade
A prática vil da usura;
Julgava que a criatura
Era animal social.
Mas do começo ao final
Foi um grande linha dura!
O cordel, que aqui figura,
Me veio à verve, um dia,
Inspirado na leitura
De uma bibliografia
Que fiz da filosofia,
De um livro muito bom.
E para manter o tom,
Ser fiel ao conteúdo,
Fica menção ao estudo
Do seu autor: Mannion.