COMO É BONITO DE VER
Viver minha gente é um dom
Melhor é saber viver
Aproveitar as coisas belas
Que a vida oferecer
Vou tentar nesse cordel
Pedir inspiração ao céu
Pra essa poesia escrever.
Vou falar das coisas belas
Que a vida nos oferece
De olhar o por do sol
Do amor que não se esquece
Do brinquedo de criança
Do tempo da nossa infância
De coisas que o espírito enriquece.
Como é bonito de ver
A barra ao nascer do dia
O galo cantando alegre
Crianças na euforia
Vaqueiro tangendo o gado
Passa pra lá ô malhado
O sino da ave Maria.
Como é bonito de ver
A flor a desabrochar
Como a do mandacaru
Chuva vem anunciar
O cantar do rouxinol
O amor dos nossos avós
Com a cantiga de ninar.
Como é bonito de ver
A água do rio a correr
Contornando obstáculos
Para no mar ir morrer
Os peixes para a desova
Como é belo o amanhecer.
Como é bonito de ver
A noite de lua cheia
Namorados de mãos dadas
Pelos jardins passeia
Trocando juras de amor
Em todo seu esplendor
Até os pássaros gorjeiam.
Como é bonito de ver
A música do violão
Em acordes de serenata
Encantando o coração
As mocinhas suspirando
O peito batendo arfando
Ouvindo a bela canção.
Como é bonito de ver
A leitura de um cordel
Falando de amor e ódio
Do repentista e menestrel
Os poemas e poesias
Rimadas com maestria
É de tirar o chapéu.
Como é bonito de ver
O riso de uma criança
O seu vestido de chita
Os seus cabelos de trança
O entrelaço do abraço
As histórias do cangaço
O verde da esperança.
Como é bonito de ver
O poeta a versejar
Cantar o amor e a guerra
No seu simples poetar
Fazer de noite uma oração
Estender a sua mão
De joelho a rezar.
Como é bonito de ver
a primavera a florir
Flores azuis e amarelas
O voo do colibri
A rolinha fazendo o ninho
Pondo ali os seus ovinhos
O canto do Bem ti vi.
Como é bonito de ver
O canto da passarada
O cheiro do bom café
Tomado de madrugada
O zumbido das abelhas
Aranha tecendo a teia
O estouro da boiada.
Como é bonito de ver
A linha do horizonte
A vela enfunada do barco
O trem atravessando a ponte
O nascer da cachoeira
O pé da grande abobreira
A cruz em cima do monte.
Como é bonito de ver
A paz subindo o morro
A missa do Padre Marcelo
O louvar a Deus em coro
O nascer de uma criança
É sinal de esperança
Quando se escuta o choro.
Como é bonito de ver
O abraço da chegada
A primavera chegando
Indo embora a invernada
O verde azul da floresta
Os passarinhos em festa
Saudando a alvorada.
Como é bonito de ver
O verde da natureza
O preservar da mãe terra
Em toda a sua grandeza
a juventude em alerta
Indo na direção certa
Ostentando sua beleza.
como é bonito de ver
Uma partida de futebol
O nosso Brasil ganhando
Mostrando ser o melhor
O trabalhador na lida
Alegre com a sua vida
No País de mar e sol.
Como é bonito de ver
O sino lá na matriz
ao badalar as seis horas
Ao som de Noite Feliz
A ceia na mesa do pobre
Que são simples porém nobres
Da vida eterno aprendiz.
Como é bonito de ver
O amanhecer no sertão
O cheiro de leite fresco
O melado com requeijão
A criançada se alvoroça
Com os pais vão para a roça
Cuidar da sua plantação.
Como é bonito de ver
O céu todo estrelado
A noite de São João
A criança no batizado
O aboio do vaqueiro
Mulher varrendo terreiro
No espeto o porco assado.
Como é bonito de ver
Uma noite de Natal
Jesus sendo glorificado
O bem vencendo o mal
Da cana fazer o açúcar
Ter idéias bem malucas
Do mar retirar o sal.
Como é bonito de ver
A inteligência do homem
A invenção da Internet
As frutas que a gente come
A tecnologia avançada
Quando ela é bem usada
Gera fama e renome.
Como é bonito de ver
Do brasileiro a fé
As rezas e romarias
Do homem criança e mulher
Caminhando léguas a fio
Vencendo os desafios
Seja de carro ou a pé.
como é bonito de ver
A fé que se tem em Jesus
As músicas do Rei Roberto
Promessas feitas na cruz
Nascer como eu nasci
Sou Marlene aqui cresci
Nessa cidade de luz (Santa Luz)
Interação do grande poeta e cordelista Edilson Biol
Como é bonito de ver
Uma baiana rendeira
Ao pelourinho descer
E a ginga da capoeira
Um prato de vatapá
Um canto do Orixá
E a rapadura caseira.
Feliz pela sua interação.Sempre às ordens.