INFELIZMENTE

Não, eu não aprendo,

talvez goste de sofrer

quão menos você ama

mais eu gosto de você

parece coisa feita

preciso da receita

para lhe compreender

Ando desnorteado

não sei qual rota seguir

se corro vou andando

se subo tendo a sumir

quando caio não levanto

sorrindo fico tonto

tenho medo de cair

Essa folha ao vento

vã, seca, desbotada

levada pela brisa

é minha sina pirada

meus tristes desenganos

os momentos insanos

dessa vida coitada

Acaso o amor é faca

punhal buscando ferir

corpo despedaçado

medo querendo fugir

uma boca banguela

pedaço de flanela

restos de abacaxi?

Mas não devia ser flor

jardim com borboletas

sorrisos cor de rosa

na borda dos planetas

tempestade de prazer

esse nunca mais sofrer

na dor das baionetas?

Infelizmente, porém,

amor é tão-só quimera

tanto ter como perder

é falta da primavera

num verão que maltrata

doer que nunca tarda

ternura que já era

Quem é feliz para sempre

qual casal nunca chorou

sombrio, desencontrado

ao término do amor?

Não precisa ser assim

amar não deve ter fim

vem, volta logo pra mim!

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 27/09/2011
Código do texto: T3243046
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