O bonde aberto... Depois o bonde camarão!!!
Na famosa Vila Carioca
Não tinha ônibus circular
Mas o “Zé baiano” já vendia tapioca
Ponto Fábrica no bonde ia embarcar.
Bonds “Bônus, Ação”
Bonde é neologismo
Nome inventado pela população
Sem nenhum cavalheirismo.
No horário de pico
Saia do Ponto Fábrica lotado de passageiros
Motorneiro e cobrador usavam de chapéu de bico
Todos eram cidadãos estrangeiros.
A maioria eram portugueses
C.M.T.C. todos uniformizados
Andei de bonde muitas vezes
Cobrador com a mão cheia de trocados.
Os homens vestiam “ternos”
As mulheres um belo “taer”
Homens de chapéu Ramenzoni
Vestindo “taer” pra elas um prazer.
Bonde aberto com vento no rosto
Moças sentadas e rapazes em pé
Sinal de liberdade e bom gosto
Olhos cruzando coração em fé.
O cinema ditava a moda
Fumar era sinonimo de masculinade
No bairro tinha samba de roda
Enfim vamos para o centro da cidade.
Quando o bonde aberto
Descia pela Rua Silva Bueno
Sai da frente Sr. Roberto
O espanhol acordava do sueno.
Era um amontoado de ferro
Deslizando em zigue zague
Nos trilhos alguém de um berro
Av. Dom Pedro I inaugurou um pegue pague.
Não sei se era verdade
Enfim comentou um passageiro
Que falava com simplicidade
O cobrador tem muito dinheiro.
Depois vieram o bonde camarão
Maior do que o bonde aberto
Não andava na contra mão
Esse treco não era descoberto.
Nos dias de calor
Andar no bonde Camarão
Era o mesmo que andar num vapor
Sardinha em lata com tampão.
A outra opção de transporte coletivo
Era embarcar no trem na Estação Vemag
Entrar dentro dele era um martírio
Na Estação da Luz lia gibi do Mandrake.