MAZELAS DE NORDESTINO II

Catarro nos peito, xanha

Íngua, remela no zói

A dor no pé da barriga

Conjuntivite é dordói

Môco, dor no espinhaço

Eita danada que dói.

Um zumbido no zovido

O juêi dismantelado

Água nas junta, berruga

Queima no estombo, resguardo

Quebrante, tripa gaiteira

Tisga, zóio nuviado.

Gôta serena, pilôra

Bufe, dor no mucumbu

Barriga farosa, pira

Maria preta, lundu,

Dor nas costas, dor nas cruzes

Pé durmente, jururu.

O chaboque do joelho

Que ficou todo arrancado

Cesão, isporão de galo

Intalo, gôto inflamado

Dente pôdi, landra inchada

Ou os gânglios inchado.

Tem doença feito a gota

Quem não caga é intupido

Pano branco, dor na junta

Unheiro, ventre caído

Mal jeito no espinhaço

Ruçara, desenchavido.

Tem o fervião no corpo

Sete couro, infraquicida

Também doença dos nervo

Os peito aberto, intanguida

A sapiranga nos ói

A campainha caída.

Tem a dor nos grugumi

No corpo, esmorecimento

Corpo reimoso, sapinho

De vista, iscuricimento

Bufa e vento caído

Pra todos é um tormento

Talvez você pense assim

Pra que serve este cordel

Serve pra você lembrar

E também pra ser fiel

Às coisas do meu Nordeste

Um pedacinho do céu.

Se você não entendeu

O que aqui foi narrado

Precisa de um nordestino

Pra traduzir o recado

Pois os males que citei

Foram diagnosticado.

Carlinhos Cordel
Enviado por Carlinhos Cordel em 24/09/2011
Reeditado em 28/11/2014
Código do texto: T3237885
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.