MAZELAS DE NORDESTINO II
Catarro nos peito, xanha
Íngua, remela no zói
A dor no pé da barriga
Conjuntivite é dordói
Môco, dor no espinhaço
Eita danada que dói.
Um zumbido no zovido
O juêi dismantelado
Água nas junta, berruga
Queima no estombo, resguardo
Quebrante, tripa gaiteira
Tisga, zóio nuviado.
Gôta serena, pilôra
Bufe, dor no mucumbu
Barriga farosa, pira
Maria preta, lundu,
Dor nas costas, dor nas cruzes
Pé durmente, jururu.
O chaboque do joelho
Que ficou todo arrancado
Cesão, isporão de galo
Intalo, gôto inflamado
Dente pôdi, landra inchada
Ou os gânglios inchado.
Tem doença feito a gota
Quem não caga é intupido
Pano branco, dor na junta
Unheiro, ventre caído
Mal jeito no espinhaço
Ruçara, desenchavido.
Tem o fervião no corpo
Sete couro, infraquicida
Também doença dos nervo
Os peito aberto, intanguida
A sapiranga nos ói
A campainha caída.
Tem a dor nos grugumi
No corpo, esmorecimento
Corpo reimoso, sapinho
De vista, iscuricimento
Bufa e vento caído
Pra todos é um tormento
Talvez você pense assim
Pra que serve este cordel
Serve pra você lembrar
E também pra ser fiel
Às coisas do meu Nordeste
Um pedacinho do céu.
Se você não entendeu
O que aqui foi narrado
Precisa de um nordestino
Pra traduzir o recado
Pois os males que citei
Foram diagnosticado.