CORDEL INCONSEQUENTE


                       I
Quero fazer uma poesia sem rima,
Sem métrica, sem estética, sem clima,
Equivocada, debaixo acima,
Sem instinto, saber extinto, sem côr,
Quero fazer uma escrita ilógica,
Sem graça, argamassa metódica,
Incompreensível arcabouço de amor.

                       II
Nada me tirará deste intento,
Nem chuva, nevoeiro ou vento,
Enfim chegar a este momento,
O final desta imensa falácia,
Demagogia pura aos sete cantos,
Canto de asneiras sob os mantos,
Da literatura em eficácia.

                        III
Cansei de ficar inerte na corda bamba,
De dançar inconteste entre a corda e a caçamba,
De pensar em visitar Cochabamba,
De descansar do nada sem nada fazer,
Nadar nas nuvens da emção,
Deixar de abraçar a lua em explosão,
Encerrar a vida em novo amanhecer.

                          IV
Estas linhas tornaram-se peça inoperante,
Leitura somenos importante,
Que a cultura não garante,
Aprendizado competente,
São apenas passatempo,
Passa o tempo e não aguento,
Ler este Cordel inconsequente.




Por: Jaymeofilho.
18/09/2011.





Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 18/09/2011
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