São Paulo, a capital dos Nordestinos. * Autor: Damião Metamorfose.
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Entre o Nordeste e São Paulo
Existe uma relação
De amor, carinho, amizade,
Afinidade e afeição.
Que por mais que eu tentar
Não vou conseguir contar
Se é amor ou paixão!
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Quem nasce aqui no Sertão,
Seja em qualquer Estado
Do Nordeste brasileiro,
Já nasce predestinado.
De ir pra São Paulo um dia,
A passeio ou moradia,
Seja solteiro ou casado...
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Existe até um ditado,
Muito antigo e popular.
Que eu cresci escutando
Papai e mamãe falar.
Que o pai bate na cabeça
Do filho e diz: vamos, cresça,
Vá pra São Paulo morar!
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E de tanto apanhar
Na cabeça, o “coitado”
Cresce de cabeça chata
Igual um coco deitado.
Se isso é mentira ou não,
Têm uns que no cabeção,
Boné só encomendado!
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Nordestino tem migrado
Pra São Paulo capital.
Desde os anos sessenta
E hoje ainda é normal.
Pois continua migrando,
Uns ficando, outros voltando
Pra sua terra Natal.
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Não sei dizer o total,
Mas posso lhe garantir.
Que os aviões e ônibus
Lotam, para ir e vir.
Com gente pra passear,
Morar, trabalhar, ficar
Ou voltar se desistir!
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E o Cordel a seguir,
É sobre essa relação.
E a presença Nordestina,
Com a cidade paixão.
A São Paulo Nordestina,
Da garoa ou chuva fina,
Como se diz no Sertão!
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São Paulo da Aclimação,
Itaim, parque Jussara,
Brás, Bom Retiro, Água funda,
Penha, Lapa, Jabaquara.
Luz, Sé, São Bento e Aurora...
São Paulo que a qualquer hora
É dia e nunca para!
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O Nordestino declara
Muito cedo o seu amor.
Pela são Paulo dos sonhos
E por que não a da dor?
Sou seguro ao comentar...
Pois eu morei no lugar,
Conheço o espinho e a flor!
*
Nordestino é construtor
E está em todo lugar.
E na cidade são Paulo
Por onde você passar.
Basta só olhar pro lado,
Que tem prédio edificado,
Ou para edificar!
*
Por onde você andar
Vê a presença nordestina.
Seja nos dias nublado,
Dias de sol ou neblina.
Passeando ou trabalhando,
Vai ter sempre um transitando
Ou no boteco da esquina!
*
E assim o Cordel termina,
Declarando o meu afeto.
A cidade de são Paulo,
Que também já foi meu teto.
Hoje eu voltei pro Nordeste
E essa saudade da peste,
Ainda causa desafeto!
*
Fim.