NUM INDEPENDENTE CORDEL DA ALEGRIA...

Num cordel deste trem da alegria

Ainda que num simples papel

Grafadas em fantasia

Muitas letras soltas ao léu...

Escritas pela Pátria Amada

Depois que independente estava

Das ditaduras de fel.

Acreditou o povo movido

Pelo sentimento, envolvido

Que livre seria, então...

Porém o tempo passava

E a tudo se desnorteava

Da verdadeira intenção

Prometida àquela Nação.

Da Independência ou Morte!

A História nos deu outro norte.

Mostrou-se ao seu povo aflito

Que o destino seria bandido

Que sempre haveria outra mão,

Levando ao cenário minado

A força da decepção.

Os capítulos do dia-a dia

Escritos à qualquer revelia

De todo sério cidadão,

Seguiram pelos trilhos emperrados

Carcomidos e enferrujados...

Nos bondes da corrupção.

Tributos dentros das cartolas...

Nas bolsas Hermès, nas cuecas,

Dinheiro do povo era festa!

Nas meias e nas calçolas;

Políticos faziam discursos

Palavras se perdiam nos dutos

Escusos, os de nehuma intenção.

Só promessas de eleição!

E segue o trem da alegria

Nas rimas de até hoje em dia

Cordel de total fantasia

Estórias para povo dormir...

Sem nos despertarem do sono

Do cenário de total abandono

Não há como reagir.

Do grito de independência...

Surgiu-nos outro grito de urgência

Difícil de não proferir:

Um grito que urge decência

No cenário de tanta carência...

Tão prestes a sucumbir!

Um brado mais que retumbante

Que o grito que tão ressoante

Nos soa pela real liberdade,

Em nome da Independência

Eu grito pela não decadência

Dos princípios que nos são o norte:

Que Deus nos permita essa sorte!

Que sigamos noutro trem da alegria

Nos trilhos dum céu, fantasia?

Versejemos num outro cordel;

Com tudo que urge a questão,

Não seja só nos discursos

O verdadeiro compromisso

Com o povo desta Nação.