O Cantador Robocop, um Poeta do Futuro
Autor: Marciano Medeiros
O poeta robocop
Precisa ser fabricado
Espero que nosso Deus
Nisso já tenha pensado
Projetando um cantador
Bastante capacitado
Que seja conceituado
Sincero e habilidoso
Pra decorar bem ligeiro
O “Pavão Misterioso”
E que aprenda muitas línguas
Mas sem ficar orgulhoso
Tenha estilo vigoroso
Cantando bem variado
Numas vinte melodias
Venha mostrar o passado
E cantar geografia
No martelo perguntado
Deverá ser preparado
Sem ter contrariedades
Ao completar quinze anos
Conheça trinta cidades
Do poeta robocop
Vou dizer as qualidades
As suas capacidades
Serão aqui relatadas
Muita cultura geral
Pra não cair em ciladas
E derrotar Vila Nova
Nas frases conceituadas
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Fará canções renovadas
Com pose de soberano
Sobrepujando poetas
Do solo paraibano
E que não tema o repente
De seu Raimundo Caetano
No meio pernambucano
Nunca perder festival
Emudecendo Os Nonatos
Essa dupla sem igual
Além de vencer Raulino
Bem distante de Natal
Ser muito fenomenal
Cantando sem desafino
Tendo garganta de ouro
No cenário nordestino
Superando a bela voz
De Moacir Laurentino
Vencer qualquer peregrino
Na cantoria vindoura
O poeta genial
Terá mente abrasadora
Para fazer gaguejar
Até Hipólito Moura
Com potência arrasadora
Nunca temerá fregueses
Em Lisboa e Edmilson
Dará surras muitas vezes
Trazendo mais conteúdo
Do que Rogério Menezes
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Agendar todos os meses
Vinte e cinco cantorias
Sempre os primeiros lugares
Conquistar sem fantasias
Redigindo mais canções
Do que Domingos Matias
Não desperte antipatias
Seja um bravo nordestino
Vendo o exemplo de Heleno
Um paraibano fino
E suplante o romantismo
Do cantador Biu Salvino
Cante mais que Zé Galdino
No estilo improvisado
Explorando a natureza
Com verso metrificado
Que João Paraibano
Escute tudo calado
E Jonas fique assombrado
Com medo de lhe enfrentar
Possa perder a cadência
Desaprendendo a tocar
Levando pisa de mote
Quando for improvisar
Deus querendo nos mandar
Um vate robotizado
O Severino Feitosa
Ficará ruborizado
João Lourenço também
Correrá intimidado
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Ele só canta inspirado
As multidões vão dizer
Nunca existirá congresso
Para o poeta perder
Tendo cadência e compasso
Impossível de vencer
Cantador não vai poder
Ganhar do vate no tranco
O poeta robocop
Ganhará de Louro Branco
Convidando Valdir Teles
Pra cantar de jeito franco
Esse cordel não estanco
Pra falar nas cantorias
O cantador super-homem
Trará muitas melhorias
Tendo voz mais afinada
Do que Sebastião Dias
Afirmo sem fantasias
Que terá grande carreira
Vencendo rapidamente
O nobre Ismael Pereira
Além de cantar melhor
Do que Helânio Moreira
Ganhar de Erasmo Ferreira
Cantador bem preparado
Tendo memória robusta
Com um juízo atilado
Pra vencer Geraldo Amâncio
No galope improvisado
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De modo desassombrado
Vença Francisco Sobrinho
Com Amâncio de Natal
O robocop sozinho
Vai derrotar José Lúcio
E Chicó Gomes no pinho
Também Antônio Sobrinho
Que faz o seu festival
Sendo muito conhecido
Na cidade de Natal
Vai trazer taça pra dar
Ao cantador genial
Terá sucesso total
Zé Guilherme vai perder
Luciano Leonel
Não poderá lhe vencer
Nem mesmo Jonas Andrade
Dominará seu poder
E assim terá que ser
Um repentista altaneiro
Vença Edvaldo Zuzú
E também Silvio Granjeiro
Quando enfrentar Zé Viola
No mundo será primeiro
Ele aprenderá ligeiro
Indo em diversos recantos
Cantando toda semana
Demonstrará seus encantos
Vencerá David Nogueira
E também Pereira Santos
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Daudeth terá seus prantos
Esse grande repentista
Quando escutar o bom verso
Do cantador futurista
Felipe e também Acrízio
Estarão na sua lista
Não lhe perderão de vista
Terá sublime carreira
Cantará com segurança
Numa ribalta e na feira
O povo vai compará-lo
Com Severino Ferreira
Nunca dirá razoeira
Tendo forte pensamento
Brilhará nos festivais
Com sublime entendimento
Vencerá Antônio Costa
E Jorge do Nascimento
Sem ter esmorecimento
Na capital e na vila
Genaldo e Gilberto Alves
Farão parte desta fila
A competência do mestre
Não poderão destruí-la
Manterá força tranquila
Dum imperioso artista
Na imprensa mundial
Será capa de revista
Conseguindo demonstrar
Seu estilo modernista
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Não deve ser elitista
Defendendo populares
Criticando poderosos
Nos seus versos exemplares
O cantador robocop
Não dirá coisas vulgares
Sem usar roupas talares
Manterá simplicidade
Diminuindo exigências
Vivendo com humildade
O poeta vai nascer
Pra decantar a verdade
Do campo até a cidade
Enfrentará Zé Cardoso
Bom cantador potiguar
De repente primoroso
E Sebastião da Silva
Um menestrel vigoroso
Para ficar talentoso
Vença Domingos Tomaz
Junto de Cícero Justino
Que tem repente voraz
Além de José Izidro
Cantador de muita paz
Que seja um mestre sagaz
Maior do que Salomão
Superando a rebeldia
Dum moderno Absalão
O cantador do futuro
Fará nome no sertão
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Será mais que Lampião
O famoso Virgulino
Um valente justiceiro
Que pelo chão nordestino
Percorreu velhas estradas
Desafiando o destino
Mas o vate campesino
Vai ter bondosa figura
Seu rifle será de verso
Brotando da mente pura
E terá do cangaceiro
Somente a desenvoltura
Saberá literatura
Também a filosofia
Dominando matemática
Com toda sabedoria
Pra demonstrar ao mundo
O valor da cantoria
Só estando noutra via
No mundo espiritual
O trovador que deixar
Seu corpo material
Vai escapar do repente
Deste gênio sem igual
Em minha rima final
Rogo pra ser atendido
Ao nosso bondoso Deus
Faço agora o meu pedido
Que o cantador do futuro
Seja por mim conhecido.
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E-mail: marcianobm@yahoo.com.br
Tel: 0**84-9991-7476