O ESTUDO É PRECIOSO
Eu morava na cidade
Tinha emprego de montão
Mas como não estudei
Fiquei sem arrumação.
Fui embora para o sítio
Tem que ver como é bom
Quando chega a tardinha
Logo vem a escuridão.
Todo dia ao escurecer
Eu acendo o lampião
Me assento no banquinho
E bato com o pé no chão.
Chega a hora da comida
Eu já pego o meu feijão
Encho bem minha barriga
E vou tocar meu violão.
Do lado tenho a pinga
Guardada no garrafão
Um gole de vez em quando
Garantindo a solidão.
Quando vem amanhecendo
Eu já sei a obrigação
Pego o caminho da roça
Vou cuidar da plantação.
São Paulo, 20/05/1975