Sertão zangado

O sertão me chamou zangado

Com as tiras do sol danado

Tinindo feito azougue

Encima do meu costado,

Trilhei os olhos pro céu

Para ver se tinha sombrinha

Qual nada foi meu espanto

A terra trincava em manto

Com véu de poeira e santo,

Finquei o joelho no chão

Pra vê se escutava tropel,

Só secura que se via

De dentro do meu Born eu,

Ave Maria minha senhora

Será que desta vez chegou

A sombra de minha hora?

Senti as lagrima gemerem

Do canto dos meus olhinhos

Molhando a terra vermelha

Sem vento, e nem moinho

Despeço aqui meus amigos

Esta oração derretida

Que veio do peito amigo

Para jamais ser esquecida