Poemeto à música, seus mestres e diletantes
POEMETO À MÚSICA, SEUS MESTRES E DILETANTES
Autor: Agamenon violeiro
A mais antiga beleza
Contém a vida materna
Sublime e sempiterna
Essência da natureza
Manifesta a grandeza
Nos desperta emoções
Estremece corações...
Louvado seja o Senhor!
Que nos inspira o amor
Na sacra arte dos sons.
Cada som da natureza
Tem um timbre diferente
Um germinar de semente
De tudo que é beleza
O silencio com certeza
É parte da sinfonia
Seja noite, seja dia
Seja o mistério da voz
Seja o que desperta em nós
A sublime epifania
Quando escuto a voz do vento
E o som dos animais
Tudo isso me apraz
Afugenta meu tormento
Tem asas meu pensamento
De Deus eu escuto a voz
E tudo passa veloz
Sagrada inspiração
A incrível criação
Do maestro Berlioz.
Aplaudo os inspirados
Beethoven na sinfonia
Mozart na alegria
Bach, cravos –temperados
As aves e seus trinados
Vozes de todos os saraus
Sons de laser, berimbaus
Salmos benditos de Deus
Loas, cânticos ateus
O morcego de Strauss.
Davi acalmou Saul
Brahms fez um acalanto
Jesus nos enxuga o pranto
E enfeita o céu de azul
Soa de norte a sul
Concerto de sinfonia
Devaneio, alegria
Valquírias em seus galopes
Prá duendes e ciclopes
Criam sons e poesia.
Uma noite de verão
É feita para sonhar
Serenatas ao luar
Noturnos da emoção
O sentir e a razão
Meditação de Thaís
A alma a Deus bendiz
Se eleva o pensamento
Se vai a dor e o tormento
E o homem se faz feliz.
Estrela vésper cintila
A flauta de pan ecoa
A marcha de Verdi soa
E o vocal estribilha
E o soar é o destino
De quem ouve o Divino
Por amor e devoção
Mensagem pro coração
Tremula num violino.
Aboio ou sinfonia!
Ária, som de fanfarra!
Ou o canto da cigarra!
Batuque-monotonia!
Aleluia-elegia!
Que vibre som consoante!
Reverbere dissonante!
Sons cromáticos modais!
Mixolídios-atonais!
Que tudo exulte e cante!
Cantos dos povos tribais
Lamentos de sertanejos
Canções de amor e desejos
Exéquias e carnavais
Aclamação dos natais
Ressurreição jubilosa
Instrumental, verso, prosa
Popular ou erudita
E a vida seja bendita!
Felizarda, venturosa!
Cantadores do repente
Rock, samba, blues, canção
Gonzaga, rei do baião
Patativa, verso quente
Seja o que o povo sente,
Mazurca, polca, rancheira
Criações de Pitombeira
Grande maestro Russano
E a gente fuja do insano
Da surdez e da zoeira.