Saudades do Meu Pandeiro

Após queda, braço quebrado, cirurgia, fios e pinos.

Saudades da sua pele

Que minha mão acaricia

Saudades da boemia

Do amigo, do irmão

Do choro, samba-canção

Do meu fiel companheiro

Estando no “estaleiro”

Doi-me vê-lo na estante

Tão perto e tão distante

Oh meu amigo pandeiro.

É a música o meu alento

Pra luta do dia-a-dia

Que aliada a poesia

Afaga-me o coração

Dói-me a separação

Não vivo sem um pandeiro

É o meu maior parceiro

Hoje choro e em tom menor

Não é o meu amor maior

Mas, foi meu amor primeiro.

Cavaco, flauta, viola...

Todos têm o seu valor

Mas é caso de amor

Perdoe-me os filhos da pauta

É atitude incauta

Desmerecer a percussão

O choro, o samba-canção

Trilha sonora dos poetas

Sempre ficam mais completas

Com pandeiro e violão.

Breves e semibreves

Embasam fusas, semifusas

Sem receios, sem recusas

As tornam mais simples, mais belas

Aliada as platinelas

A pele grave é o chão

Batidas do coração

Onde a mulata levita

E aí sim a mente grita

É música, amor, é paixão!

COMENTÁRIOS:

30/01/2012 20:17 - Bia e Vinni

Muito lindo ,adoramos. Traduz bem a sensibilidade e a paixão pelo que faz de melhor. Abraços.

30/01/2012 18:51 - Ajuricaba

Excelente. Muito bonito mesmo.

01/11/2011 22:34 - Agamenon violeiro

Que bom saber que vc ama tb a arte dos sons e a pratica, parabéns caro poeta Brocoió.

13/08/2011 04:59 - aldemaralves

Belo cordel! Um abraço.