CORDEL #045: ZÉ DO CORDA, ME EXPLICA ESSE TROÇO, POIS EU ACHO QUE ESTOU A ENDOIDAR
Desafio cordelístico
de: NÁSSER QUEIROGA
para BOSCO ESMERALDO
GALEGO
Ao passar todo o meu corpo treme
O meu rosto começa logo a amarelar
No peito sinto ate falta de ar
Mas, e’ tudo por causa daquela beleza!
Tem formosura de uma rosa do mato
Com sua longa, negra e bonita cabeleira
Sei até pra você ser uma besteira
Mas amigo você precisa me ajudar
Zé do Corda me explica este troço
Pois eu acho que estou a endoidar!”
ZÉ DO CORDA
Zé Galego, não se avexe, não.
Pois isso é coisa mais que normal.
Digo que não há nada anormal
Esta coisa vem do coração.
Eita, mais que trem danado bão:
É poder amar e ser amado
É ficar de vez apaixonado,
Ficar assim, com cara de tolo.
Como criança que ganhou bolo.
No ar flutuando, qual pássaro alado.
GALEGO
Nestes pés que estão cheios de calos
Dos repentes que nesta viola tirei
das vez que nestas mãos que a muitas alisei
Lhe confesso… nunca isto experimentei
Acredite estou pensando em casar
Só precisa ela aprovar.... Que eu me visto
Desta vida de repente eu desisto
Largo tudo… E com ela vou morar
Zé’ do Corda me explica este troço
Pois eu acho que estou a endoidar!
ZÉ DO CORDA
Faz o gosto Pai Celestial
Deixar tudo e todos, ir com ela
Deixar pai e mãe, pensando nela
Decisão correta e radical
Pra um conviver puro e jovial.
Um pro outro, como um, vivam os dois
Pra não sofrer nem chorar depois
Lute e faça sua amada feliz
Pra não logar um viver infeliz
Nem lamentar o que a vida dispôs.
GALEGO
Sendo você meu amigo eu aviso
E’ bem melhor você então se preparar
Pois se ela não quiser... A agonia
Vai fazer no meu peito , eu chorar
E aí já não sei o que vou fazer
A não ser com os meus versos eu protestar
Vomitar para fora os sentimentos
E tentar com meus versos me matar
Zé do corda me explica este troço
Pois eu acho que estou a endoidar!
ZÉ DO CORDA
Dos seus versos você deve tirar vida
Nunca a morte, que da vida é a contramão
Sempre enfrentar os problemas com a razão
Mesmo que enfrente, vez em quando, uma corrida
Lute e vença, ganhe o amor de sua querida.
Pois amor não se impõe, se conquista
No coração, mas nunca por vista
Não se entregue a quem não sabe amar
É querer sofrer, chorar, se lamentar
É se afogar no mar sem socorrista.
GALEGO
Aposto com coelho esta careira
Se brincar tiro até leite de cobra
Faço um circulo sem dá uma dobra
Como pedra em troca de feijão
Tô voando mais ligeiro que avião
E no prédio mais alto me penduro
Vejo pulga pulando no escuro
E abraço ate tamanduá
Zé do corda me explica este troço
Pois eu acho que estou a endoidar
ZÉ DO CORDA
Galego é como eu tenho tentado
Te explicar o que é inexplicável
Por mais que a gente seja razoável
Nunca chegará a um bom resultado
No dia a dia constrói o seu fado.
Peça ela logo em casamento
Dê vazão a esse bom sentimento
Sem ficar fungando e costumeiro
Sem precisão indo ao banheiro
Acabe logo esse tormento
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Aberto para interações;
Quem se habilita?
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