O que eu penso das cores

O que eu penso das cores?

Eu mudo a cada momento

Tiro, ponho pigmento

As vezes as quero vibrantes

Outras prefiro brilhantes

Sempre na hora devida

Alegre ou deprimida

A alma é minha paleta

Meu pincel, minha caneta

Que influi no colorido.

Tenho direito de ser triste

E muito mais de ser feliz

Não interessa o matiz

Cada instante é uma cor

E se o caso for

De realçar a beleza

De se demonstrar firmeza

De se desejar bonança

De sonhar, ter esperança

Sou verde, sou natureza.

Mas, se estou numa fase

Que exija serenidade

Transmito paz, sou verdade

Busco contato com o céu

Se é este o meu papel

É o que busco passar

E, se posso colaborar

Eu abro meu coração

Aí sou música, sou canção

Sou azul da cor do mar.

As cores são sentimentos

Influem no rir, no chorar

Se é tempo de cantar

Eu cantarei, com certeza.

Não importa ter destreza

O todo é que faz o belo

E com a alma eu pincelo

Uma nova cor com alento

E brado junto ao vento

Eu sou o sol, sou amarelo.

Mas se a mente detecta

Desejos, amor, paixão

Coitado do coração

Que não sabe disfarçar.

Começo a gaguejar

Me olho sério no espelho

Com meu eu me aconselho

Olho em volta, busco abrigo

Ligo o alerta do perigo

E dou meu sangue, sou vermelho.

Acho o escuro e o silencio

Indutores do pensamento

De quem busca aprofundamento

Na análise de suas ações.

Cresço nas reflexões

Pois volto amadurecido

A Deus fico agradecido

Aceito o cinza, sou franco

Que é pra tornar de novo branco

Pronto para um colorido.