CAIA TUDO (QUASE TUDO)

Caia todo preconceito

Caia a discriminação

Do bandido, caia a mão

Toda falta de respeito

A desfeita do prefeito

Caia quem tiver armado

O rancor do amargurado

Caia toda a lambança

Só não caia a esperança

De quem vive apaixonado

Caia toda a ignorância

Caia abrigo e mantimento

Para o homem no relento

Que vive na mendicância

Caia toda discrepância

De quem está no poder

Caia fé em quem não crer

Caia toda inadimplência

Só não caia a consciência

De quem cumpre com o dever

Caia alivio, caia a cura

Para quem tiver doente

As algemas desta gente

Presas pela ditadura

Solução a quem procura

Caia todo egoísmo

Só não caia o civismo

Caia protetora mão

Pra amparar o cidadão

Na beirada do abismo

Caia todas as armadilhas

De quem promover a guerra

Caia paz em toda Terra

Caia todas as matilhas

Só não caia as maravilhas

Caia o gesto obsceno

Caia luz neste terreno

Caia toda divergência

Só não caia a paciência

De quem se manter sereno

Caia toda iniqüidade

A incerteza do escuro

Caia o pilar do muro

Que esconde a verdade

Só não caia a santidade

A cobiça dos alheios

A mulher de modos feios

Caia toda alma ingrata

Só não caia da mulata

A firmeza dos seus seios

Caia toda falsidade

Caia toda pilantragem

Só não caia a malandragem

De quem tiver sagacidade

E promove a igualdade

E caia toda a heresia

A peste da pedofilia

Só não caia a emoção

Que cultiva a inspiração

E frutifica a poesia

Pietro Assis
Enviado por Pietro Assis em 04/08/2011
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