CONDADO NOS TEMPOS DE BROGODÓ
Em pleno Dois Mil e Onze,
Que é Século Vinte Um,
Condado vive um atraso,
Jamais visto em tempo algum.
Com as ruas às escuras
E o “Patássio” às obscuras,
Criando o maior zum zum.
Não vejo em canto nenhum,
Do Recife ao interior,
O povo viver no escuro,
Seja no lugar que for…
Mas Condado, meu xodó,
Só ganha pra Brogodó
Porque já tem gerador.
Além de mau pagador,
O “Patássio” é boateiro,
Pois botou carro de som,
Pra mentir o dia inteiro.
Não paga as contas que deve,
Mas no discurso se atreve
A negar que é caloteiro.
Pegando o nosso dinheiro,
Com ele faz indecência,
Pois desconta dos salários,
Mas não paga à Previdência.
E nas contas da Compesa,
Eu não conheço uma reza
Pra cobrir a inadimplência.
E assim, Sua Excelência,
Vai maltratando Condado,
Que vê a Celpe chegar
E deixar tudo apagado.
Só falta o mau pagador
Inaugurar gerador,
Como em “Cordel Encantado”.
Lembro que lá no passado,
Quando eu era criancinha,
Existia um gerador,
Pois energia não tinha.
Mas pra nós a novidade
É ver a nossa cidade
Voltar a ser Goianinha.
Só nos falta “Ternurinha”,
Pra ser a Primeira Dama,
Pois até na Rede Globo
Condado já ganhou fama.
E hoje a pior maldade
É ver a nossa cidade
Sendo jogada na lama.
A terra que a gente ama
Era pra ser respeitada,
Mas nas mãos dum caloteiro
Vive desmoralizada.
Que falta de compostura!
Pois, até a prefeitura
Também teve a luz cortada.
Já não se liga pra nada
Na sua gestão bizarra.
E nas suas atitudes,
Sempre ao mal feito se agarra.
Pra mostrar o quanto é fraco,
Já fez até um “macaco”
E botou uma gambiarra.
Só quer governar na marra,
Com ódio e caluniando.
E em suas demagogias
Em todos vai atirando,
Pois quer cobrir seus defeitos
Culpando os outros prefeitos
Que não estão mais governando.
Ele só não tá lembrando
Que é seu segundo mandato.
E que ninguém mais aguenta
De vez em quando um boato.
Com ruas na escuridão,
A nossa população,
Mais uma vez, paga o pato.
Esse quadro é o retrato
D’uma administração
Que nunca teve Respeito
Por nossa população.
É algo tão decadente,
Que para qualquer vivente
Parece com ficção.
Não tem iluminação
Nas praças do meu Condado
E o ginásio de esportes
Também está apagado.
Prejudicando os feirantes
E os outros comerciantes,
Não se tem luz no mercado.
Com o campo desligado
Não temos mais futebol.
Quem quiser jogue de dia
Ou quando tem arrebol.
E para se andar na rua
Ou se tem noite de lua
Ou se carrega um farol.
De dia é bom que tem sol,
Mas de noite a coisa muda.
Quem escutou na TV
Disse: é mentira cascuda!
Vejam só, quantas mazelas,
Pois feirantes usam velas,
Vendendo ao Deus nos acuda.
Meu amigo, não se iluda,
Pois aqui o ato é sério.
Pra onde o dinheiro vai
Ninguém sabe, é um mistério.
Condado na escuridão,
Só não tem assombração,
Mas parece um cemitério.
Como no tempo do Império,
Lá do “Cordel Encantado”,
É grande a desilusão
Para quem vive em Condado.
E o “Patássio” forasteiro,
Que deu sumiço ao dinheiro,
Deixa a gente nesse estado.
Se o povo fosse ajudado
Pelo “bando cangaceiro”
Do “Capitão Herculano”,
Que é um grande justiceiro,
Ou então se “Zói Furado”
Ficasse do nosso lado
Logo se via o dinheiro.
Já vimos que aventureiro,
É capaz do impossível.
Como o carrasco “Timóteo”,
Que praticou ato horrível,
O “Patássio” de Condado
Também quer ser transformado
Pra ser um “Rei”, “O terrível”.
Aqui não será possível,
“Rei Augusto” não vem cá.
Nem existe um “Batoré”
Como aquele que tem lá.
Só tem o disse me disse,
Mas não temos “Doralice”
Pra se vestir de “Fubá”,
Quem veio do Ceará,
Aqui fez um paradeiro,
Para transformar Condado
Num imenso picadeiro.
Como se fosse em “Seráfia”,
Parece um chefe de máfia
Dando sumiço ao dinheiro.
Mas o fato é verdadeiro,
Aqui não é ficção.
E não se tem “Jesuíno”
Pra ser nossa salvação.
Ainda bem que se vê,
Pelo NE TV,
A nossa a situação.
Ao ver na televisão
Condado sem energia,
Eu pensei: é o fim do mundo,
Se não for, tá perto o dia!
Sei que Condado vai mal,
Mas não pensei num final
Pior do que parecia.
Há muito tempo eu previa
Que seria desse jeito,
Que queriam a prefeitura
Só para tirar proveito.
Mas eu não acreditava,
E juro, não esperava,
Tanta falta de RESPEITO.