Pobre desencantado
Sou filho de mãe solteira e tenho mais seis irmãos. Fui condenado há vários anos de prisão por roubar galinha para comer. Depois de tanto sofrimento escrevi esse cordel.
Minha pobreza
Quanta grandeza coube a ti
E sem riqueza
Quanta avareza coube a mim
Nessa tristeza a dor ficou
A dor gerou nada de bom, só ilusão
Não tinha pão no meu rancho de pau
Meu drama foi geral
Vivia muito mal
Comia feijão sem sal
Sou peregrino desde criança fui ladrão
Pobre menino o pequenino de sete irmãos
E o Juventino era o mais velho
Que cuidava nós juntinhos
E a vida me trouxe pra esse lugar
Aqui vou vadear
Andar, comer, cantar
Até posso sonhar.