BOIADEIRO DO MEU SERTÃO.
Seu moço escuita ao longe
O tilintar dum chocaio
Um aboio triste sofrido
Do vaqueiro tangendo o gado
Por esse sertão afora
Deixando tudo de lado.
No berrante ele alivia
A grande dor da saudade
quando deixa para trás
O seu amor de verdade
Pra sair nesse mundão
Do nascer ao sol da tarde.
É assim que o boiadeiro
Vai levando sua vida
Lutando todos o dias
Sem tréguas e sem guarida
Deixa pai e deixa mãe
E sua esposa querida.
E lá vai tocando o gado
Por esse vasto sertão
Sobe serra desce rio
Sem saber se volta ou não
Vender o gado de corte
Pra enricar o patrão.