BEM NA FRENTE DO SAGRADO (A noiva sem calcinha)

Comentário no blog do poeta Wilson Monteiro sobre notícia de uma noiva das Alagoas que foi casar sem calcinha e o vigário "Viu".

Há muita falta de respeito pelos outros e até mesmo com a mente de Deus. Daqui a pouco vão levar uma cama redonda para a calçada da igreja e fazer ali mesmo, logo após a cerimônia. Pelas vestes da noiva, se é que dava pra vê-las, ela deveria ter entrado em outro tipo de ambiente para se “casar”.

Veja que sem-vergonhice

Veja o mundo está sem jeito

Veja a falta de respeito

Veja quanta “escrotisse”

Mas a noiva ainda disse

Dum jeito bem abusado

Que o vigário era safado

Pois olhava as partes dela

Veja o que fez a donzela

Bem na frente do sagrado

Bem na frente do sagrado

Sem calcinha e sem tramela

Uma coisa como aquela

Com o “beiço” encarnado

Deixou o padre espantado

Coisa igual não tinha visto

Daquele jeito malquisto

Igualmente ao satanás

Com as barbas de Barrabás

Parecia um anticristo

Parecia um anticristo

No chão da igreja, no altar

Querendo se apresentar

De repente, de imprevisto

Para que fosse benquisto

Pra que fosse desejado

Mas o padre viu pecado

Entre as pernas da menina

Viu mexer sua batina

Bem na frente do sagrado

Bem na frente do sagrado

Sem respeito ou disciplina

Se mostra e se descortina

Não se sente envergonhado

Fica todo arrepiado

Quando o padre diz que não

Que não faz aprovação

Que não joga a água benta

Pois assim sem vestimenta

Só se vê depravação

Só se vê depravação

Sem calcinha ela arrebenta

Sem calcinha a noiva tenta

Desviar missa e missão

Mas o padre com a razão

Falou para quem ouvisse:

Pare com a sem-vergonhice

Dentro da minha igreja

Vista essa carangueja

Pare com essa maluquice

Pare com essa maluquice

Ela assim ninguém deseja

Pois se ela assim almeja

Ficar nua é burrice

Nem o rei da idiotice

Vai querer coisa estragada

Mesmo depois de lavada

Não parece com uma nova

Minha igreja não aprova

Já não serve mais pra nada

Já não serve mais pra nada?

Não serve mais uma ova!

Venha quem quiser a prova!

Gritava a noiva zangada

Carangueja apertada

No mundo só mesmo a minha

Costurei com tanta linha

Que ela se sente acolhida

Pensando estar vestida

Veio casar sem calcinha

Veio casar sem calcinha

Tão inocente a perseguida

Tão demente ou tão metida

Já viu muita camisinha

Mas naquela ladainha

Naquele disse me disse

Fala que é só caretice

Ainda mostra bunda e peito

Veja a falta de respeito

Veja que sem-vergonhice

Vejam que sem-vergonhice

Bem na frente do sagrado

Obs. Os últimos versos foram feitos após comentário do conterrâneo Carlinhos Cordel.

Petrolina/PE, 23/07/2011