A AMARRAÇÃO (Mariano e Adelaide)
Prólogo -
“Fato de real realidade
Coisa de destino destinado
Conta-se como pura verdade
Caso por todos confirmado
Juro que a ninguém engano
Assim se deu a sina de Mariano
Que desejou Adelaide...”
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Mariano quando viu a Adelaide
Vistosa e bela, quase donzela
Na festa da santa da Igreja
Ele cheio de cerveja e cana
Se achou muito bacana
Não resistiu a tentação
Quis mais uma pra coleção
Adelaide, moça sem maldade
Ouviu de Mariano tanta lorota
Com o peito em cambalhota
Esqueceu a recomendação
Foi perdendo toda calma
E assim de corpo e alma
Entregou seu coração
Sem piedade, Mariano virou página
Em Adelaide lágrimas deitam ao chão
Aquela promessa de aliança
Ficou só uma lembrança
A martelar no pensamento
Passada a dor e sem mais amor
Veio-lhe o sentimento
Muita sede de vingança
Perdão é coisa da vovó
Se Mariano não tivera dó
Da dor que ela sofria
Um dia se arrependeria
Adelaide ouvira quando menina
Boa vingança é iguaria fina
Bem temperada e servida fria
Foi procurar Dama da Sorte
Bola de cristal, estrelas, leu mão
Fez trabalho, virou muito baralho
Carta da morte não servia não
Queria pior pra Mariano
Escutou de um cigano
Promessa de amarração
Só de pensar eu me tremo
Mariano seria seu por inteiro
Fazer um pacto com o demo
Num livro secreto o roteiro
Acender vela, tomar poção,
Incensar erva, monte de condição,
Certeza que ele voltaria
Para sempre com ela ficaria
Dor de amor provoca loucura
Adelaide prestou sua jura
De repente, ele parou de funcionar
Sem donzelas pra contar
Mariano procurou Adelaide
Vivem num lar doce lar
Exemplo de tanta castidade