AO MESTRE, CHICO ANÍSIO, COM CARINHO

No Brasil, tivemos gênios.

Nas letras grande Machado.

No futebol: Rei Pelé.

Outra imortalidade.

Chico Anísio, entretanto,

O maior rei na verdade.

Do Ceará, de Maranguape,

Saiu pra ganhar o Universo.

Criou bastantes personagens

Na prosa e também no verso.

E há mais de trinta anos

Com muitos deles converso.

Vivo de seus personagens

Há anos grande magia

Grande mestre Chico Anísio

A nós sempre deu alegria

Foram tantos personagens

Que nas contas se perdia.

Chico City quarta-feira

Pantaleão se curtia.

Alberto Roberto dava

Seu show de dramaturgia.

O Gastão estava sempre

Pensando em economia.

Pão duro, não. Controlado.

Tem gângster brasileiro:

Al Cafone. E também

Vampiro Bento Carneiro.

Paulo Maurício Azambuja

Um carioca trambiqueiro:

Tô contigo e não abro.

Eu sou do aquém, do além.

Adonde que véve os mortos.

Parece que é alguém.

Está olhando o quê.

Fala seu João Ninguém.

O Meinha um grande craque

Outro se chama Coalhada.

Dizem:Coalhada é isso

É aquilo, essa cambada.

Bando de perna de pau

E que nunca jogou nada.

Arlindo vem de um central

Antunes dum meio campista.

Nascimento vem do Rei

Maior craque futebolista.

Assim nasceu o Coalhada.

Criação do grande humorista.

Paulino e Baiano cantavam

Umas gostosas toadas.

Enquanto Cisso Romão

De Nova Iorque falava

Canavieira em Chico City

O povo todo enrolava.

E o profeta Divino

Curava e purificava

Cascata, o Cascatinha,

Nos seus braços embalava.

Bozó pra mulheres como

Da Globo se apresentava.

No Jornal do Lobo Filho

Tem a Neide Taubaté.

Os presidentes recebem

Conselhos da Salomé.

O bondoso Santelmo

Severino Pandolé.

Doutor Rosseti, enrustido,

Mais bicha que Haroldão.

Veio Zuza, Justo Veríssimo

Um deputado ladrão.

Setembrino, Nazareno

E mestre Pantaleão.

Popó e Roberval Taylor.

Tavares e a sua biscoito.

Silva, se acha bonitinho

Sempre anda atrás do coito.

O tal profeta Tim Tones,

Ladrão, dos fiéis tem acoito.

Grande professor Raimundo!

Amado Mestre, diria

Seu aluno Rolando Lero;

Minha alma enche de alegria,

Ao ouvir maravilhado

Voz bela cheia de magia.

Foste, Raimundo Nonato,

Diria seu Aldemar Vigário:

Maior ícone da cultura.,

Deste latifundiário.

Das artes deste país

Também o mais legendário.

Bom locutor esportivo.

Narrava em Maranguape

Mesmo sem ter microfone

Era ouvido lá no Iguape.

Certa vez o eco arrombou

O açude do Acarape..

Te lembras disto? Me lembro:

O açude era dos Barbalhos.

Feito apenas com areia,

Sem cimento, com cascalho.

Açude de tão mal-feito

Não quebrava nem o gralho.

Seus duzentos personagens

Todos com identidade.

Jamais alguém criou algo

Com essa grandiosidade.

Devemos homenagear

Toda essa genialidade.

Brasil não esquecerá

Seu grande gênio jamais.

Para a cultura brasileira

Ficará nos seus anais

Sua obra genial, sua marca.

E seus feitos imortais.

Do Brasil seu maior ator

Nosso melhor humorista.

Também grande diretor.

Um bom comentarista.

Apaixonado do Vasco

Esse exímio roteirista.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO -

FORTALEZA, 20 DE JULHO DE 2011.