PAIXÃO À PRIMEIRA VISTA
Estava sentado
No banco da praça
Sisudo, sem graça
Da vida amuado
Tristonho um bocado
Notou a princesa
De extrema beleza
Passando, jeitosa
Alegre e cheirosa
Que grata surpresa!
Cravou-se em seu peito
A dúlcida seta
Loucura completa
Fez dele um eleito
Um tanto sem jeito
Levanta e acena
Expressão amena
Recebe de volta
A voz não se solta
Que deusa a morena...
Com charme e meiguice
"Olá, como estás
Meu nobre rapaz?!"
A bela lhe disse
Envolto em ledice
Sentiu um tremor
E forte calor
Tomou-lhe a mudez
Que olhos, que tez
Que raro esplendor...
Refeito, convida:
"Converses comigo
Recusa é castigo
Morena querida"
Proposta anuída
O par, radiante
Proseia bastante
O papo evolui
Paixão logo flui
Brotou num instante
Há mútua atração
Não tardam carinhos
Tal como pombinhos
São pura emoção
Fatal sedução
Casal ficou pronto
De desejo tonto
E após uma hora
Dali foi embora
O resto? Não conto...