DESABAFO
DESABAFO
Tem o mundo tal beleza
Que nem posso acreditar.
Belo o céu, mas, com certeza,
lindo mesmo? Aquele olhar.
Tinha tal magnetismo
que produzia o lirismo
que existe no meu cantar.
Guardo na minha lembrança
seu porte de imperatriz.
Dos seus cabelos, a dança,
e o vento pedindo bis.
Também não sai da memória,
é lembrança obrigatória,
a ginga dos seus quadris.
À noite à beira do cais,
debaixo da amendoeira,
não esquecerei jamais
da lua vindo faceira
deitando o brilho no mar...
Eu ali, só, a pensar
nos conflitos sociais.
O que foi feito do sonho?
O que foi feito do amor?
Morreu o sonho, eu tristonho,
num mundo atormentador.
Porém esse amor não morre,
a poesia o socorre,
meus versos terão valor.