É ASSIM DE MADRUGADA NAS FAZENDA DO SERTÃO

 
As estrelas ainda brilham
no teto do firmamento
quando chega o momento
do peão se levantar.
Pra mulher não acordar
ele sai sem dizer nada
deixa dormindo a amada
naquele quente colchão
É ASSIM DE MADRUGADA
NAS FAZENDAS DO SERTÃO


O mais velho ele acorda
puxando o punho da rede,
tira as cordas da parede
sem fazer muito barulho
pois na rede feito embrulho
tá a Novinha enrolada
com uma boneca agarrada,
dorme quase rente ao chão
É ASSIM DE MADRUGADA
NAS FAZENDAS DO SERTÃO


Lá fora só se escuta
do cachorro o latido,
das ovelhas o balido
e do galo o cucuricar,
anunciando o raiar
de uma nova jornada
faz coro a passarada
ainda na escuridão
É ASSIM DE MADRUGADA
NAS FAZENDAS DO SERTÃO


Antes de sair pra lida
tem que fazer a ordenha
da vaca que tava prenha
e deu cria no quintal.
Ao filho faz um sinal
pra segurar a malhada,
tira o leite da qualhada
e deixa sobre o fogão
É ASSIM DE MADRUGADA
NAS FAZENDAS DO SERTÃO

 
Damísio Mangueira
Enviado por Damísio Mangueira em 16/07/2011
Reeditado em 10/03/2013
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