PONTEIROS FEITICEIROS

Vou abrir as janelas d'alma,

e deixar o vento entrar,

para dar-me a calma

da qual eu vou precisar,

para o tempo incessante,

deixar-me mais confiante

quando a luz no ocaso brilhar.

Posso guiar-me pelas estrelas,

e as minhas amarras soltar,

e ainda que não possa vê-las,

sentir a tranqüilidade do ar.

Levo comigo o vento,

as lembranças e o sentimento,

que só de longe vi passar.

Canto o silêncio agora,

onde os sonhos não se calam.

E busco nas retinas, na hora,

em que as imagens não se apagam.

Mas, o tempo com seus ponteiros,

movendo-se como feiticeiros,

por meus pensamentos falam.