Derivados do milho
Minha gente eu vou falar
De uma bendita espiga
Que nasce lá no roçado
E vai pra sua barriga
Seja cozido ou assado
Ele é bem vitaminado
Quem num gostar me diga.
Tem branco e amarelo
Os caroço no sabugo
Quebrado vira farelo
Se molhar eu não enxugo
É uma ótima ração
Pra dar para as criação
Mas só se for o refugo.
Uma gostosa pamonha
Seja doce ou salgada
Agente come que sonha
Que a alma fica lavada
Imaginando um bolo quente
Agora na nossa frente
A boca fica aguada.
O cuscuz e o curau
Também são seus derivados
Dá pra fazer um mingau
Do fubá industrializado
Na culinária nordestina
E nas grandes festas juninas
É sempre muito encontrado.
Munguzá ou canjicão
Eu gosto é com canela
Pode por amendoim
E encher minha tigela
Com ele dá pra pescar
Da palha da pra enrolar
Um fuminho bom com ela.
Pros porcos e pros jumentos
Dos patos e das galinhas
Ele é um bom alimento
Da pra fazer a farinha
Quando no pilão “ce” soca
Vai bem uma pipoca
Pra pegar um cineminha.
Já pensou uma polenta
Com um frango desfiado
O diabo até atenta
Me deixa angustiado
Isso parece é gula
Mas essa parte nóis pula
Pra não cometer pecado.
São tantas utilidades
Que esse grãozinho tem
Vem da roça pra cidade
De carroça ou de trem
Seja pai ou seja filho
Pra não apreciar o milho
Eu não conheço ninguém.