FRANGOTE QUE DÁ DE GALO, NÃO CANTA NO MEU TERREIRO
MOTE: FRANGOTE QUE DÁ DE GALO, NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Minhas filhas já estão moça
Namorar já estão querendo
Eu fico me remoendo
E mando ir lavar louça
Molecada aqui me ouça
Sai daqui pai de chiqueiro
Num mexa no meu poleiro
Num adianta vir no embalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Se entrar vai levar tiro
Na beira do pé da fuça
Minha raiva me aguça
Por isso eu lhe sugiro
Se tentar eu ti retiro
Nem mesmo o maior dinheiro
Acalma o nevoeiro
Te pego pelo gargalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
As filhas crio pro mundo
Dou tudo que posso dar
Por isso se for casar
Não vai ser com vagabundo
Cabra safado e imundo
Num pula o meu aceiro
Meu trinta sempre é certeiro
Tu vai ouvir o estalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
A faca está afiada
Lhe furo bem no umbigo
Nem tente mexer comigo
Que tu não agüenta nada
Te encho é de porrada
Seu frango cabra fuleiro
Que passa o dia inteiro
Pastando igual cavalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Enquanto ouvir um gemido
Não paro com os bicudo
Se aquietar eu te sacudo
Não se faça desentendido
Seu porco velho fedido
Acendo o fogo com isqueiro
E asso o teu feijoeiro
Tu sabe que não me calo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Te capo igual um cachaço
E jogo pro meu cachorro
Pra mãe vai pedir socorro
Te arranco o fígado e o baço
Tu vai ver só o inchaço
Tu que não fique ligeiro
Vai ser seu último janeiro
Tu sabe que eu não me abalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Parece mais um baitola
Frutinha ou será menina?
Com essa sua voz fina
Arranco a sua ceroula
Que fede mais que cebola
Tu sabe que eu fui guerreiro
Cabei com o Golfo inteiro
O dia inteiro eu ralo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Caboclo filho do cão
Desanda da minha cola
Desgruda da minha sola
Nem me estenda a mão
Nem peça minha atenção
Não diga que é herdeiro
De pai rico fazendeiro
Com meu caroço te entalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Fedelho, jumento nanico
Não venha com essa de sogro
Parece mais com um ogro
Cheiroso igual um pinico
Quer ser o bonzão de bico
Num vai abrir um berreiro
Pior do que faz o carneiro
Te ponho no pescoço um badalo
FRANGOTE QUE DÁ DE GALO
NÃO CANTA NO MEU TERREIRO.
Interação do poeta Aristóteles Lima...Obrigado!
CABRA DEIXE DE BESTEIRA
DEIXE A MOÇA NAMORAR
NÃO ADIANTA BRADAR
QUE TUDO ISSO É ASNEIRA
SE ELA DER UMA CARREIRA
VAI SE EMBORA NO EMBALO
ESCULTE BEM O QUE EU FALO
VOCÊ NÃO É O PRIMEIRO
SEJA GALO, E O FRANGOTE?
DEIXE CANTAR NO TERREIRO.