CORDEL COM TRUCO

Fui na casa do Boleta

Pra jogá truco e caxeta

E levei minha caneta

Daí fiz esse cordel

Depois de tomá uns mel

Eu jogava mais Nabuco

Que é um rato no truco

Pintava até sem pincel.

Nabuco quando trucava

E os dois pato num aceitava

Era pena que avuava

Era a maior mazela

Revirava as gamela

Que nós deixa uns tira-gosto

Nabuco grita cum gosto:

-Truuuuuuco mortadela.

As cartas ele arribava

E pro monte ele mostrava

Com o dedo apontava:

Vem pra cá seu medrosão

Lugar de mortadela é no meio do pão

Se Boleta pedia seis

Ele falava oceis

Tão querendo é confusão.

Ele dizia assim:

-Tu num vai truca em mim

Seu frangote, seu patim

Si tu mi jogar valete

Mesmo que eu tenha um sete

Eu aceito e num corro

E tu vai pedir socorro

Pra Susana e Janete.

Se’le saísse cum dama

Com certeza era cama

Se trucasse ninguém chama

Pra num caí na armadilha

Nabuco botava pilha

Gritava: truco lazarento!!

Só pra ganhar mais três tento

Com seu zapi e espadilha.

Quando ele tinha o gato

O homem ficava chato

Pior que um carrapato

Subia em riba da mesa

Dançava igual globeleza

O Boleta sem ter nada

Cum a cara avermeiada

Sinal da sua brabeza.

Nabuco era ladrão

Quando era sua mão

Ele tirava a atenção

Pegano cigarro no maço

Pra poder fazer camasso

Só as cartas boas vinha

E eles nem um ás tinha

Nós ganhava sem cansaço.

Deus do céu que gritaria

Tar do truco é alegria

Jesus e Ave Maria

Não deixa nóis viciá

Ensina nóis só jogá

Só pelo divertimento

Pelo sol e pelo vento

Sempre nos vem vigiá.

Edilson Biol
Enviado por Edilson Biol em 07/07/2011
Reeditado em 07/07/2011
Código do texto: T3081227
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