Coisinha difícil

É difícil de entender

Os critérios do que é grave

O que se está por fazer

E há todo tipo de entrave

Põe todo mundo a sofrer

Sem atenção da autoridade

O que é mais importante

Pra se tomar providência?

Empréstimo para os gigantes

Aumentarem a opulência

Ou a saúde cabaleante

E o cidadão na indigência?

Será que nos viciamos

Nos debates das elites

E esquecemos os reclamos

Que já não dão apetite

Formadores que nós somos

Das pressões que se aplique?

É certo que ao discutirmos

Os destinos do erário

Para enfim contribuirmos

Com os nossos comentários

Poderemos ser mais firmes

Nos descontos nos salários

Porém num estágio mais alto

Da conscientização

Que está por detrás do palco

Lá, onde mora o cidadão

Desperdício e negligência

Ficam sem supervisão

Toda vez que alguém fala

Na mídia obrigatória

A respeito dessas alas

São de forma aleatória

Saúde, transporte e casa

Segurança e outras estórias

Sai um pacote redondo

Falado tudo por título

Sucinto, rápido e rasteiro

Que cabe em um cubículo

Já sabemos o roteiro

Da retórica de circo

São montes de enganações

De cortinas de fumaça

Pra distrair atenções

Enquanto o tempo passa

E o povo aos tropeções

Sem que eles nada façam

Fica aqui o meu registro

De que não tenho partidos

Que as situações transcendem

Governos acontecidos

Se é que vocês me entendem

E não estão esquecidos

Dizer infinitamente

Que é questão cultural

Lá fila de doentes

Na porta de um hospital

É no mínimo indecente

Por mais que seja real

Que as “Maria vai com as outras”

Dos exemplos de eficiência

Quando comparam com a China

Querendo equivalência

Apenas quando da rima

Nos lucros da prepotência

Esquecem que foi plantada

Uma estrutura de ensino

E aí sim, a cultura

Faz diferença no tino

De um povo que há muito atura

Ditadura e desatino

Mas voltando ao Brasil

Objeto, vida e razão

Terra que nos permitiu

Dizer em verso um sermão

Nesse cordel tão sutil

O que vai ao coração

Era de comparações

A inspiração começada

Entre o que é importante

E o que é só fachada

Com a gente a todo instante

Com a intenção desviada

Minha gente é o seguinte

Temos que analisar

O que tem mais importância

Para a gente focar

E tratar com relevância

O que for mais salutar

O que será realmente

De interesse geral

E que mobilize a gente

A ler, falar, coisa e tal?

Sintonizemos a mente

Para o que é fundamental

E aí não interessa

Política partidária

Porque nós temos à beça

Pontos em todas as áreas

Que prescinde ideologia

E qualquer coisa que o valha.