Cordel #036: ODE A DANIEL FIÚZA
Interação ao cordel em interação do Daniel Fiúza
Homenagem ao Daniel Fiúza que gentilmente interagiu comigo em meu "Ode a Zé Limeira".
EU QUERENDO TAMBÉM FAÇO
IGUALZINHO A ZÉ LIMEIRA
O Astronauta Dom Fiúza
Que também é motorneiro
Derna quano era isoneiro
Que a pipa parafusa
Nos cascos da preta fusa
Lá do sol "corró, quebreira"*
Nos cacho da carabina
Pelo grito da menina
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira
Dom Fiúza, de repente
Ele é bão demais, dá conta
Quebra coco, boi de ponta
Matatu, chorró de enchente
"Purulu, potó, pelente"*
Patichuli de moleira
Ponta Porã da Ribeira
Invenção, "pratá pró laço"*
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira
Tripa seca manguá Riba
Ribamar, riba do rio
Qué cum lé, não dá um pio
Muito estrume se estriba
Poeta das Caraíba
Sabido num diz besteira
Navio desce na esteira
Espora, taca, compasso
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira
O amigo mandou bem
Fazendo u'a obra da prima
Do absurdo eu crio rima
No Uól Strit di Belém
No morro o sino blém-blém
Couro cru na bandoleira
No Exército baladeira
Nuvem lhe sai do cachaço
Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira
(*) Artifício muito usado por Zé Limeira. Quando lhe faltavam as rimas, ele inventava esse palavreio palavreado.