TREZE
Treze.
Treze um dia teve “lar”
Nos guetos da sociedade,
Pelas favelas da vida
Num caldeirão de maldade,
Onde serviam um sopão
Sabor de infelicidade.
Lugar onde a sociedade
Não vai, não entra, não quer,
Treze é apenas um aborto
Vive sem saber quem é,
Ali nascido e criado
Nadando contra a maré.
Treze é apenas mais um
Dessa vasta multidão,
Perdido nas mãos do tempo
Aos poucos perde a razão,
Sem pai, sem mãe, sem amigos
E a droga é a perdição.
Sai de casa, vai pras ruas
Num endereço qualquer,
No berço da “cracolândia”
Onde a vida perde a fé,
Moradia de zumbi
Quem entra sair não quer.
Onde a droga é passaporte
Quem assina é o traficante,
Em cada esquina tem um
Onde a lei fica distante,
Pode fazer mas não faz
E não prende o meliante.
E o Crak, droga maldita
Que destrói o cidadão,
Quem vende alem da droga
Está vendendo a perdição,
Que vai levando pouco a pouco
Até a alma do cristão.
Treze não bebe e não come
O vicio lhe dominou,
Dorme pouco fala muito
Pra ele a nóia é vigor,
O vicio supera a fome
E até a falta de amor.
E pra sustentar o vicio
Não mede a situação,
Se tem dinheiro ele compra
Se não tem vira ladrão,
Ele até se justifica
E o vicio vira razão.
Pra quem vive no limite
E razão é coisa estranha,
O crak é a bola da vez
E o traficante só ganha,
Quando a policia aparece
Só o drogado que apanha.
A mídia mostra sem cortes
Pro mundo assustado ver,
É mais uma epidemia
Que a lei branda faz crescer,
Traficante deita e rola
Bem nas barbas do poder.
Quem está fora quer entrar
Quem está dentro quer sair,
Crack é uma droga que mata
É melhor se prevenir,
Não entre nessa roubada
Nem se deixe iludir.