Festa na Gildete é assim...!
Tem quermesse sem novena
Um São João formoso tem
Tem os "véi" pristigiando
Tem novo que vem também
Os pai fica feliz
Os fio fica também
Esse ano foi bonito
Teve de tudo um pouquinho
Até o derradeiro minino
Comeu pipoca e pirulito
São João abençoou
A quermesse rebentou
E o forró continuou
Oceis num quera sabê
Das coisa qui teve lá
Do beijo à pescaria
Isso num podia fartá
Só mesmo a grande folia
Pra mode nóis festejá
A primera barraca foi
A brincadera da pescaria
Tinha pexe de muntão
Cada um cum uma quantia
Os menino que pescava
Saia nas gargalhada
Dos prêmio que recebia
Depois vinha um caso séro
Vacilou lá se prendia
A cadeia do amor
Ficava bem de frente
Só de olho no forró
Pois lá nesse brogodó
Os cabra num fica insolente
Seguino pra mais adiante
Nos encanto nóis cheguemo
A barraca do cordel
A todos lembrou dos tempo
Que o mundo festejava
Sem luxo, nem macacada
São João com louvor e contento
Lá só tinha poesia
Que o tempo nunca acabou
Tinha sardade nos canto
Que o violão guardou
Das prosa na janela
Cas moça nas currutela
Das alegria de amor
Tinha poeta e poesia
Cordão e cordel encantado
Comida típica e história
Das festas de vaquejada
O vaquero discansou
Mas no seu gibão deixou
A história desse chão
Na cadeira de balanço
A sardade de vovó
Sardade dquele tempo
Que num se vivia só
As história que ela contava
A nóis todos incantava
Fazia crescer no gogó
Eita sardade danada
Quando o dia alevantava
E o gado anunciava
Mais um bataião com alegria
O cuscuz no fogo cherando
O gado no pasto berrando
Arrastando a melodia
Vou passá mais adiante
Que é pra mode num chorá
O cordel é emocionante
Que eu nem gosto de falar
A sardade hoje é tanta
Que inté mesmo as criança
Consegue se emocioná
Vou pra barraca cigana
Onde a cumilança é tanta
Que os minino ficam triste
Os pai vieram oiá
Menino correno a cantá
Comendo inte fubá
Imagine só oceis
Que quano a paixão disponta
No correio elegante
As moça toda se apronta
Que pra mode encantá os moço
Cum recados de amô
E versinho cheio de fulô
Tudo é festa, tudo é lindo
No espaço, nesse chão
A história nos convida
A fazer reflexão
Das antiga eu me alembro
Que os forró tinha tempero
De amor no coração
Viajano pelo tempo
Vascuiando as mimóra
Encontramo de tudinho
As dança e as moda de viola
Cancionero popular
Sanfonero a tocar
As moda do São João
Falando lá das história
Não me sai mais da mimória
O São João do meu Sergipe
Muita gente, muita paz
Que de norte a sul só faz
Uma festa bem decente
Katispero conta uma
Arrastapé que contra outra
Os minino delas duas
Num dexava as carça frouxa
No forró tinha pé quente
Encantava toda gente
Com forró, tradição e história
Mas a fome quando aperta
Dexa a gente assim triste
Pra num cai a feição
Enxiobuxo é a solução
Comida típica de montão
Dá pra fazê a refeição
Tem gente que aposta
Inté em nome de novela
Ó pai, ó é o nome dela
Que vai levando as donzela
Pra comê, dança forró
Em ninguém lá se dá nó
Pra São João não imendá
Enfim chegou naquela
Que as moça da janela
Fica só mandano beijo
Pra chamá os cavaleiro
Pra compra todos seu doce
E a paga é com um beijo
Quem já foi num quer fartá
Quem num viu precisa vê
Um São João mió qui esse
Nessa terra num há de tê
Pois o povo da Gildete
É alegre, num conteste
Tem amor pra oferecê
Esse ano ja passou
Lá te espero ano que vem
Adesculpe esse poeta
Se num trouxe a históra certa
Se num cantou a trova bem
Mas num esqueça desse povo
Que em lugar nenhum mais tem.
Beth Ferreira, 22.06.2011