A MUDANÇA
O maior sonho que sonhei
Desde os meus tempos de criança
Que em meu peito, acalentei,
Guardados em minha lembrança.
Jamais pensei em desistir
Era importante, no porvir,
Essa inconcebível mudança.
Com meus amigos, embarquei,
Para uma viagem sem volta.
Ao velho pai, jamais pensei,
Provocasse tanta revolta.
Num dia vinte de dezembro
Era noite – se bem me lembro
Fiz na vida, reviravolta.
Desembarquei na capital
Com que sonhei a vida inteira.
De qualquer jeito – bem ou mal
Não era uma brincadeira.
Bati o pé e fiz valer
O meu direito, meu querer,
Minha vontade altaneira.
Deixei meu pai e meus irmãos
Nos campos de Minas Gerais.
Parti com dor no coração
Por tudo que deixei p’ra trás.
De repente me vi sozinha
Chorei pela vida que eu tinha
Coisas que não voltam jamais!
Enfrentei chuvas, trovoadas,
Nessa jornada que eu tracei.
Varei noites e madrugadas
Buscando aquilo que almejei.
Que nessa terra de gigantes
De opções tão abundantes
Só não labuta quem é rei!
Quando se rompe correntes
Conquista-se a alforria.
Por vezes, a vida da gente,
Muda da noite para o dia.
Muitos espinhos esmaguei
E com esforço me formei
No curso de Psicologia.
Busquei trabalho, educação,
Tudo por que eu sempre lutei.
Jamais andei na contramão
Dos valores que eu me criei.
Não fui ladra nem prostituta
Com garra e fé, eu fui à luta,
E em poeta, me transformei!
Este texto faz parte do EC
A MUDANÇA
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Contando com a participação dos amigos.
Obrigada, a todos!
06/06/2011 12:00 - Miguel Jacó
Eu também mudei de vida,
Me mandei lá do sertão,
Cheguei aí sem guarida,
E incertezas de montão,
Mas tinha um objetivo
De tornar-me um cidadão,
Eu consegui com emoção
07/06/2011 10:23 - Jacó Filho
Tantas histórias parecidas,
Fazem a minha ter sentido...
Lembro-me de minha partida,
Com meu destino já escrito...
Como todos os nordestinos,
Fazendo um mesmo trajeto...
Realizei os meus projetos,
Pra hoje está progredindo,
Nas artes da vida em versos...
07/06/2011 12:19 - Pedrinho Goltara
Quando em São Paulo chegou
Deve ter se assustado
Pois,em Vila Velha,onde estou
Eu fiquei acabrunhado
Chegando de São Gabriel da Palha
Nova,só uma camisa de malha
O resto,tudo pano esfarrapado!
Nem uma praia eu conhecia
Até nos domingos trabalhava
Depois,a coisa ficou macia
Em certos dias já folgava
Começei a praia a freqüentar
Meus "zói" chegavam entortar
Quando as "muié" eu avistava!
07/06/2011 15:58 - Celina Figueiredo
Tua escola foi além
dos bancos da Faculdade.
A vida, pra ti, foi quem
te formou, na realidade.