A CASA DO CANTADOR

Um feliz dois mil e oito

Que bela segunda-feira

Dia sete de janeiro

Teve festa na ribeira

Na casa do cantador

Numa paz bem mensageira

A festa de violeiros

No Nordeste é conhecida

Na casa que lhes pertence

É a diversão preferida

Cantando e elogiando

Fica a noite bem servida

Acende a constelação

Na arte do improviso

Fazem o repente na hora

A todos parabenizo

E para mandar a mensagem

Eu me responsabilizo

Sou grande admirador

Do homem que faz repente

Na cultura nordestina

Brotando como semente

Improvisos importantes

Que faz comover a gente

Bairro Carlito Pamplona

Um jardim da natureza

Rua Coelho Fonseca

Do número tenho certeza

É cento noventa e cinco

Na capital Fortaleza

Pra quem tem veia poética

No país de Santa Cruz

Na mais bela Capital

Com Satisfação conduz

As mais belas poesias

Na linda Terra da Luz

Terra da índia Iracema

Onde chegou o alcance

De José de Alencar

Pra escrever teve chance

Criou da imaginação

O mais bonito romance

Um matuto sertanejo

Como em Deus tinha fé

Transformou a poesia

Em celebridade até

Senhor Antônio Gonçalves

Patativa do Assaré.

Escrevia do Nordeste

Sobre a vida do roceiro

Com poesias tão simples

Foi grande cancioneiro

Pois ficou reconhecido

Até mesmo no estrangeiro

Também do cego Aderaldo

Que mesmo sem ter visão

Cantou fez versos bonitos

Da sua imaginação

O cego mais conhecido

Que já pisou no sertão

Na casa do cantador

Não precisa de rodeio

Comemora-se seu nome

Sem ter um eu creio

Teve a generosidade

Para criar filho alheio

Como falei no passado

Falo também no presente

Dos melhores cantadores

Quem escreve e faz repente

Quero seguir o roteiro

Tirando tudo da mente.

Zé Maria de Fortaleza

É um grande menestrel

Cantador repentista

Desempenha seu papel

É também um professor

Ensina fazer cordel

Sempre no final do curso

Entrega o certificado

Para todos seus alunos

O verso metrificado

Pra quem recebe na hora

Fica tão elogiado

Outro cantador famoso

É o Moacir Laurentino

A sua força de vontade

Vem do tempo de menino

Quem nasce pra fazer verso

Já vem com o dom divino

No nosso curso de cordel

Com toda capacidade

Quando ele está presente

Fala somente a verdade

É um violeiro que sabe

Constituir amizade.

Faço uma dedicação

Somente pra quem navega

No barco da poesia

Poeta que não sossega

Enquanto não mostra o seu

Trabalho outro colega

É o que faz José Vicente

Quando está em cantoria

Mostra todo seu talento

Com toda diplomacia

Para os apreciadores

A qualquer hora do dia

Horácio Custódio é

Da casa o tesoureiro

Quando fazem pagamento

É quem pega no dinheiro

Desempenha muito bem

O papel de violeiro

Tem também Rubéns Ferreira

O primeiro secretário

É uma casa de alegria

Quando faz um comentário

Declamando poesias

Nas festas de aniversário.

Tota Barbosa que tem

De professor um anel

Grande comunicador

Outro cantador fiel

Aponto Antônio Jocélio

Genro de seu Zé Miguel

Vejo Aluízio Tavares

Valoroso repentista

Também valoriza muito

A parte de cordelista

Pra todos faz elogios

Mais amizade conquista

Senhor Alberto Porfírio

Que já é um ancião

Competente cantador

Fabrica até violão

Considera seus amigos

Igualmente sendo irmão

Como já foi presidente

Desta casa que estima

A sede dos cantadores

Muito mais se aproxima

Deseja felicidade

Para Cezar Nildo Lima.

Tem Sebastião da Silva

No repente se rebola

Cantando com Louro Branco

Também tem o Zé Viola

Quem estiver triste ouvindo

Tal canção logo consola

Dois jovens fazem sucesso

Com espírito de criança

Falo de Jonas Bezerra

Também Acrísio de França

Cada qual poderá ser

Uma futura liderança

Eu não posso esquecer

Tem o Fernando Paixão

No Curso do aprendizado

Esse grande campeão

De aluno foi pra mestre

Quem sabe me dar razão

Um bom apresentador

De um programa popular

Geraldo Amâncio Pereira

Poeta espetacular

Sempre no som da viola

Domingo vai pra o ar.

As dez e trinta eu não deixo

De assistir seu programa

Sendo na TV Diário

Em todo Brasil tem fama

Tem canções apaixonadas

No coração de quem ama

De um rio cheio de rimas

Passa por cima da ponte

Isso é Roberto Macena

Com Zeumar do Horizonte

Recebem inspirações

Como seja água da fonte

O professor Adriano

Com sua voz afinada

Quando canta deixa a gente

Bastante emocionada

Junto com Marcos Rabelo

Seu amigo de jornada

Faço este comentário

Com a caneta na mão

Tenho toda liberdade

E ninguém diga que não

Escrevi sem ter amor

Se Deus dá inspiração.

Cícero Modesto Gomes
Enviado por Cícero Modesto Gomes em 31/05/2011
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