MEDICINA AU AU

Não precisa se assustar!

Tudo será explicado

Pois aqui em meu estado

Não há como acreditar

Só se faz improvisar

Sem nenhum planejamento

É com encaminhamento

De hospital a hospital

A medicina do AO

É puro constrangimento!

Apenas o que é feito

É uma atenção primária

De forma itinerária

No reduto do Prefeito

Medicina sem proveito

Algo pra curandeirismo

Surge assim um mecanismo

De eterna dependência

Ou se toma providência

Ou morremos no empirismo!

Geralmente o secretário

Quase não tem formação

Seu trabalho é no balção

Garantindo seu salário

Em suma: Um operário

Mais um cargo a ocupar

Basta o prefeito mandar

Sua vontade será feita

Pois patrão nunca se peita

O que for tem que aceitar

Um carimbo no birô

Com a letra garrafal

Escrito "AO" no final

Ajuda muito o Doutor

Ele só encaminhou

Referencia e mais nada!

A ambulância lotada

Verdadeiro sobe e desce

Rezando e fazendo prece

Pra não dar uma virada

Portanto, sempre quem dança!

O pobre do paciente

E quando se vê doente

À propria sorte se lança!

Mulher, homem e criança

Vivem esse desatino

Viver como peregrino

Do Sertão ao litoral

Eu não sei qual afinal

O verdadeiro destino

Poeta de Branco
Enviado por Poeta de Branco em 25/05/2011
Reeditado em 25/05/2011
Código do texto: T2993474
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