MEDICINA AU AU
Não precisa se assustar!
Tudo será explicado
Pois aqui em meu estado
Não há como acreditar
Só se faz improvisar
Sem nenhum planejamento
É com encaminhamento
De hospital a hospital
A medicina do AO
É puro constrangimento!
Apenas o que é feito
É uma atenção primária
De forma itinerária
No reduto do Prefeito
Medicina sem proveito
Algo pra curandeirismo
Surge assim um mecanismo
De eterna dependência
Ou se toma providência
Ou morremos no empirismo!
Geralmente o secretário
Quase não tem formação
Seu trabalho é no balção
Garantindo seu salário
Em suma: Um operário
Mais um cargo a ocupar
Basta o prefeito mandar
Sua vontade será feita
Pois patrão nunca se peita
O que for tem que aceitar
Um carimbo no birô
Com a letra garrafal
Escrito "AO" no final
Ajuda muito o Doutor
Ele só encaminhou
Referencia e mais nada!
A ambulância lotada
Verdadeiro sobe e desce
Rezando e fazendo prece
Pra não dar uma virada
Portanto, sempre quem dança!
O pobre do paciente
E quando se vê doente
À propria sorte se lança!
Mulher, homem e criança
Vivem esse desatino
Viver como peregrino
Do Sertão ao litoral
Eu não sei qual afinal
O verdadeiro destino