Acorda, Brasil.

ACORDA, BRASIL!

Cordel de Honorato Ribeiro dos Santos.

Uma homenagem à professora Amanda Gurgel.

Ouviram uma voz forte,

Que empolgou os brasileiros,

Uma voz tão destemida,

Que ouviram té estrangeiros.

Amanda falou a verdade

Com tamanha hombridade

Mesmo não tendo dinheiro.

Amanda Gurgel contou

A vida do professor

Que sua suor de sangue

E não dão o seu valor

Não ganha nem mil reais

Mas vocês que são os tais

O que eu ganho tem sabor?

O desafio foi frontal

Ao vivo! Toda Nação

De boca aberta escutou:

“Onde está a educação?

Não podemos carregar

Nas costas pra educar

Com mixaria dum tostão.”

O povo aplaudiu a Amanda

Com sua voz destemida,

Segura e determinada

Disse tudo de sua vida.

Mostrou seu cheque pra todos

Ganha melhor quem faz rodo

Vendendo nas avenidas.

A professora Amanda

Contou-nos uma história

Verdadeira e brasileira

E meteu a palmatória

Deu-lhe uma sabatina

E rasgou-se a cortina

Puxou o tapete da escória.

Cadê os parlamentares?

Ficaram mundos sem razão...

Parlamento é pra falar

A verdade dessa Nação.

Professor não tem valor

Mas político é doutor

E ganham um dinheirão.

As manchetes se espalharam

A foto de Amanda Gurgel

Reproduzindo sua fala

Na internet e em cordel:

Como está a educação

Do Sul até o Sertão

Ao professor dar-se o fel.

Salário de um deputado

Paga-se a dez professores

É vergonhoso, Brasil!

Haver tantos pecadores

No Congresso Brasileiro

Leva no bolso o dinheiro

E pro professor minguou.

Parabenizo a, Amanda

Pela sua disposição

Em falar toda verdade

Pro mundo e toda a nação

Cuidado, pois, com Jesus

Colocaram numa cruz

Por ensinar a salvação.

Pra você, cara Amanda,

Salvação é a educação

Com mão de obra e qualidade

Com bom salário é a solução

Você falou sem ter medo,

Não teve medo do degredo

Falou até pro Faustão.

O que mais me admirou

Foi Faustão não lhe cortar...

A sua fala firme e forte

Pra ele não lhe recuar;

Puxar o microfone, sim

É o costume dele, enfim

Sem deixar outro falar.

Com você houve o respeito

Deixou livre o seu falar

E a plateia lhe aplaudindo

De pé com emoção, ah!

Que beleza de entrevista!

No Faustão jamais vista.

Ela é parlamentar.

Mas não ganha o que eles ganham

A fala dela é diferente!

Pois usou só da verdade

Por uma educação valente

Que valoriza o professor

Que é um pobre sofredor

Dum Brasil tão deferente.

Gosto tanto de cuscuz

Não se pode, ó professor,

Deixe as crianças a comer!

Que absurdo! Que horror!

Pego três ônibus pra aqui;

Dou três turnos e por fim

E a merenda se acabou?!

Não acabou, não senhora,

É que ela é pras crianças

Professor tem que comprar

Põe isso em sua lembrança.

O promotor vai agir

Se o professor não cumprir

Vai fazer sua vingança.

Coitado dos professores

Desse Brasil tão gigante

Que cantamos: “Ó Pátria amada”!

Mas só é pros galantes

Quando é que eu descanso?

Dando aulas sem avanço

Com pagamento humilhante!

Lá nos Estado Unidos

A manchete se alastrou

Lamentando o que ouviram

Pelo pobre professor

Sem ua séria educação

Não se forma cidadão

Nem também educador.

A vela já está na mão

Que morra à míngua o educador...

Quem pode ganhar mui bem

Cada um do Legislador.

O resto fica na base

Da pirâmide da fase

Do pobre trabalhador.

O real e a economia

É que têm prioridade

Pra crescer nosso Brasil

Essa é a realidade.

Educação vem depois

Da Copa que se compôs

Bilhões gastamos, cumpade!

Amanda que ver o Brasil

Como é lá no Japão

Todo japonês é culto

E tem outra formação.

O sonho dessa professora

Sonhado nas emissoras

Não vai ficar em vão.

Porque o povo ouviu

E gostou do que afirmou

A Mídia ficou calada

Mas a notícia se alardou.

Pequenina e tão valente

Que português tão decente

Falou como um promotor.

Mas não ganha como ele

Pois só ganha mixaria

É uma vergonha pra nação

Professor em romaria

Pra pedir Nossa Senhora

Que seu dinheiro melhora

E o professor tenha valia.

Amanda é pequenina

Somente na estrutura

Sua fala é afluente

Tem boa desenvoltura.

Ela é bem preparada

Pra topar qualquer parada

Até Faustão deu brandura.

A brandura de Faustão

Foi deixá-la à vontade,

Não cortou o seu discurso

Deixou falar a verdade.

A Globo, então, fez questão

De ao vivo para o povão

De convidá-la em humildade.

Amanda entrou segura

Pra entrevista do Faustão

Calma e bem tranqüila, firme

Com tamanha educação.

Que sorriso, que beleza!

Da fala da realeza!

E o povo em admiração.

.

Amanda, mulher francesa

Qual Joana D`Arc da França

Sem medo de preconceito

Falou com mui segurança.

Disse tudo o que queria

Com sorriso, com alegria,

Ela disse com elegância.

Amanda Gurgel falou

E o mundo lhe escutou

Será que os políticos

Vão mudar o educador?

Ministro da Educação

Tem que saber com razão

Que o professor é sofredor.

Subir o salário, bem,

Mas precisa aprimorar

A didática do ensino

Pra saber multiplicar.

Melhorar a ortografia

Aprender a geografia

E saber comunicar.

A educação está capenga

Dão o canudo sem formação

Quando entra na política

Opa! Pega esse ladrão!

Tem gravata e paletó

Tem dinheiro e ouro em pó

Expulsaram a educação.

Português e matemática

Se conta nos dedos hoje,

Escreve progresso com “ç”

E dizem que ta certo “fôje”

Diz que vale é a intenção

Não fale com precisão

Mas pra Amanda é holding..

Pra você Amanda,

Salvação é educação

Com mão de obra e qualidade

Com bom salário é a solução.

Você falou sem ter medo

Pois a verdade é degredo

Até na televisão.

Gosto tanto de cuscuz...

Não se pode, ó professor,

Deixe as crianças a comer

Que absurdo! Que horror!

Pego três ônibus, sim...

Dois, três turnos pra mim!

E a merenda acabou?!

Amanda Gurgel é forte

Como Judite ou Sansão

Convocou todos amigos

Pra lutar pra educação.

Pois essa está falida

Em todo canto sem vida

No País, nessa Nação!

Amanda é bem preparada

Eu a vi lá no Faustão

Nem gaguejou e nem calou

Com palavras qual Salomão.

Decidida com firmeza

Segura com a certeza

De fazer revolução.

Revolução de ideias

Com valor humanitário

Em qualidade de ensino

E valorizar o salário.

Eu admiro a Amanda

Nessa luta na demanda

Contra os “Neros” mercenários.

Trocam sempre as coleiras

Cachorradas são iguais

Quem faz greve é agitador

E a mídia põe nos jornais

Cortam logo o ganha pão

O salário seu tostão

E o professor vira banais.

É o Brasil colonial

Democracia não há não,

Só há imposto e cobrança

De aluguel da tal pensão...

Vou terminar o meu cordel

Coloco o dedo o anel

Em Amanda um abração.

Viva a Educação!

Morram os comelões.

hagaribeiro. (Envie esse cordel para todos os brasileiros).

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 25/05/2011
Código do texto: T2992744